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Plastipak oferece 328 milhões por divisão de embalagens da La Seda
Activo de "packaging" é o mais valioso da actual carteira do grupo insolvente catalão, detido em 17,44% pelo grupo Caixa Geral de Depósitos. A Logoplaste ficou de fora da corrida.
O grupo norte-americano Plastipak foi o oferente à corrida da compra da Plastipak (divisão de embalagens da La Seda de Barcelona) cuja proposta é mais elevada, anunciou esta quarta-feira o administrador judicial da empresa catalã.
De acordo com a comunicação ao mercado da Forest Partners, que desde o início do ano é a administradora judicial mandatada pela tribunal de Barcelona para gerir a La Seda de Barcelona (LSB), a Plastipak ofereceu 327,9 milhões de euros pela divisão de "packaging".
"A oferta realizada pela Plastipak foi, segundo o julgamento da administração judicial, a melhor", explica a nota enviada ao regulador do mercado espanhol (CNMV). Apesar de negociar há mais de um ano, a LSB mantém-se com títulos cotados nas praças de Madrid e Barcelona.
"A oferta da Plastipak ascende a 327.900.000 euros, depois de atribuir um valor ao negócio e activos da divisão APPE ['packaging] de 360.000.000 euros e deduzir determinada dívida financeira assumida e os compromissos de pensões e responsabilidades laborais", contabiliza a empresa Forest Partners, Estrada y Asociados.
A oferta da Plastipak contempla, contudo, "a assunção voluntária de todos os créditos a concurso e contra a massa [falida da LSB] relativos a créditos laborais, públicos, comerciais, operacionais e financeiros" circulantes, concluiu o comunicado.
A divisão de embalagens da falida LSB é um dos activos cuja venda maior retorno ainda pode trazer para ressarcir a dívida da companhia petroquímica catalã, a braços com créditos de mais de 600 milhões de euros.
O resultado agora encontrado – que no fundo encaminha a venda da divisão de embalagens da LSB à Plastipak – é fruto de uma segunda ronda de recepção de propostas "a que concorreram três oferentes seleccionados na primeira ronda". O comunicado não avança quais eram, mas o jornal catalão La Vanguardia assegura que à corrida estavam ainda o fundo britânico New Wage e o fundo Anchorage, o principal credor da LSB. A portuguesa Logoplaste, dada como interessada, acabou por não chegar a esta fase.
A justiça catalã aceitou, a 3 de Fevereiro último, o pedido de falência do universo de 12 empresas do grupo LSB, cujos principais accionistas são portugueses: 20,03% do capital são detidos directa e indirectamente pela BA PET (o mesmo núcleo accionista que controla a BA Vidro, liderado por Carlos Moreira da Silva,ex-CEO da LSB) e outros 17,44% pela Caixa Geral de Depósitos.
A LSB, recorde-se ainda, é dona de 41,1% da portuguesa Artlant, ela própria em processo especial de recuperação (PER) no tribunal de Lisboa, e responsável pelo projecto de quase 400 milhões de euros em Sines (antiga Artenius Sines).