O Governo espanhol deu o tiro de partida para a privatização parcial da operadora aeroportuária do país (AENA).

O objectivo de Madrid, nesta primeira fase, é alienar no máximo 21% do capital social da empresa, avança a agência espanhola Europa Press.

O concurso contempla o convite a investidores de referência de forma a criar um núcleo estável de accionistas "independentes entre si e independentes com a entidade Enaire", a empresa pública que detêm a Aena, anunciou a empresa em comunicado.

Além destes 21%, outros 28% do capital social da empresa - avaliados em cinco mil milhões de euros - vão passar a ser negociados em bolsa. A oferta pública inicial vai ter lugar em Novembro, segundo o calendário do Governo.

A privatização foi aprovada pelo Governo de Mariano Rajoy durante o mês de Junho. No entanto, Madrid aprovou a privatização de apenas 49% do capital da empresa gestora dos aeroportos, contra os 60% previstos.

Confrontado com críticas dentro do próprio Executivo - que defendiam que o controlo da empresa deveria ficar nas mãos do Estado -, Mariano Rajoy optou por ficar com 51% do total do capital.

Agora, a Aena pretende escolher entre dois a quatro investidores, com cada um a adquirir entre 5% e 7% do capital da companhia. A escolha dos investidores vai decorrer até Setembro.

Esta foi a forma escolhida para "garantir a estabilidade dos accionistas e o acesso à condição de accionista de qualquer cidadão", argumenta a Aena.

O processo vai decorrer em duas fases. Em primeiro lugar, o Governo vai escolher quem é que vai convidar para apresentar uma oferta. Depois, vai proceder à selecção dos investidores de referência dos candidatos que continuarem interessados.

A privatização de 49% do capital da Aena deverá render 2,5 mil milhões de euros ao Estado espanhol, segundo estimativas de analistas consultados pela Europa Press.

A Aena gere 49 aeroportos em Espanha, pelos quais passaram 187 milhões de passageiros em 2013, uma queda de 3,5% face a 2012.