Ralph Lauren nasceu a 14 de Outubro de 1939, em Nova Iorque, no Bronx, com o nome de Ralph Rueben Lifschitz, e foi o terceiro filho de Frank Lifschitz and Fraydl Kotlar. Nasceu ainda, depois, uma irmã.

O apelido provém da herança familiar de imigrantes bielorrussos da cidade de Minsk, mas aos 16 anos Ralph preferiu mudá-lo para Lauren, por ser mais fácil de pronunciar (e após anos a ser vítima de "bullying", conta a Business Insider). E não foi o único, o seu irmão Jerry fez o mesmo, adoptando o mesmo apelido. Só Lenny manteve o nome de família, com raízes judaicas.

A razão da escolha do nome Lauren tem uma outra explicação: é que se lê "Ló-ren", tal como o apelido da actriz italiana Sophia Loren. E Ralph sempre se sentiu cativado pelo cinema e seus protagonistas, admirando a elegância com que alguns – como Cary Grant, James Stewart, Fred Astaire e Greta Garbo – se destacavam nos ecrãs, sem precisarem de exibir grandes marcas.

A sua incursão no mundo da moda e dos negócios começou ainda na secundária. A ideia era ajudar os pais nas despesas da casa. À noite, Ralph trabalhava na já extinta cadeia de lojas Alexander (na secção de devolução de peças de roupa), mas durante o dia vendia gravatas aos seus colegas, por um preço que oscilava entre 7 e 10 dólares, conta a Highsnobiety.

Após o ensino secundário e uma rápida passagem pelo exército (dois anos), Ralph ainda frequentou a Faculdade de Baruch, em Brooklyn, onde fez um curso nocturno de administração de empresas – mantendo o seu negócio de venda de gravatas aos colegas.

Entretanto, trabalhou, numa temporada da quadra natalícia, como recepcionista na Brooks Brothers, tradicional loja de moda masculina, ainda sem imaginar que um dia se tornaria um famoso estilista, apesar de se interessar por moda desde muito cedo.

Após terminar o curso, tornou-se o vendedor regional da Rivetz –  fabricante de gravatas sediada em Boston, criada por Abe Rivetz.

Em 1964, época em que as gravatas eram estreitas, o jovem Ralph começou então a captar as atenções ao usar gravatas que tinham 10 centímetros de largura. E convenceu o seu empregador a vendê-las.

Foram um sucesso. Passou entretanto para uma reputada "boutique" de Nova Iorque, a Beau Brummell, onde também se destacou com as suas gravatas. No entanto, mais tarde, com a chegada de uma nova equipa de gestão, a sua ideia foi relegada para segundo plano.
 

Então teve uma experiência reveladora: o seu primeiro jogo de pólo. Warren Helstein, o amigo que o levou a ver o jogo, conta à Business Insider que foi um evento enriquecedor: "vivemos um ambiente fabuloso. As pratas, o cabedal, os cavalos, as loiras altas com grandes chapéus e uma alta sociedade que não conhecíamos". O acontecimento inspirou Ralph a começar a desenvolver uma marca elegante para a "high society", começando nas gravatas e passando depois para uma linha de roupa desportiva a que acabou por chamar de Polo Ralph Lauren.

 
Em 1967 pôs mãos à obra e, juntamente com um dos seus irmãos, criou a sua marca, precisamente com uma colecção de gravatas, à qual deu o nome de Polo Fashions. Começou por ter um pequeno espaço de venda no Empire State Building e o seu grande primeiro sucesso foi-lhe dado pela marca Neiman Marcus, que lhe encomendou 1.200 gravatas.

Rapidamente passou para a linha de roupas masculina e em 1969, já sob a marca Ralph Lauren, possuía um espaço de venda na conhecida cadeia de lojas departamentais Bloomingdale’s. No ano seguinte apostou também na criação de uma colecção feminina – e foi em 1970 que o tradicional emblema da Polo (um jogador de pólo montado num cavalo) foi visto pela primeira vez.

A marca Ralph Lauren – a par com a Polo – tornou-se conhecida em todo o mundo pela sofisticação dos seus produtos, "mas foi em 1974 que Ralph Lauren ganhou maior visibilidade internacional, ao vestir o actor Robert Redford no filme ‘O Grande Gatsby’", sublinha o Mundo das Marcas.

Além do vestuário masculino e feminino e das suas produções para a alta costura, notabilizou-se igualmente pelos perfumes, linhas de artigos para a casa, acessórios e vestuário infantil.

A colecção, a vida familiar e a filantropia

Ralph tem também uma das mais valiosas colecções de carros do mundo – de acordo com a Forbes, vale 200 milhões de dólares – e possui, segundo a Biography.com, entre 50 e 100 automóveis incluindo um Mercedes-Benz Count Trossi SSK conhecido como "O Príncipe Negro". Só o seu Bugatti 57SC Antantics vale 40 milhões de dólares.

"Há quem coleccione arte mas, para mim, ter um carro raro e magnificamente desenhado oferece-me um tipo de experiência diferente", contou à Archictectural Digest. "É possível desfrutar da beleza de uma máquina e da viagem que nos proporciona" e essa experiência está entre as que mais aprecia.

Casou a 20 de Dezembro de 1964 com Ricky Anne Loew-Beer, que tinha conhecido seis meses antes, numa consulta de oftalmologia, onde esta trabalhava como recepcionista. Tiveram três filhos: Andrew, David e Dylan. O filho David é o único que está ligado à sua empresa. Dylan é dona do Dylan’s Candy Bar e Andrew é actor e produtor cinematográfico.

Vive em Nova Iorque, mas há muito que o Bronx ficou para trás. A sua morada é agora na famosa Fifth Avenue, em Manhattan. Possui um rancho no Colorado, tem casa na Jamaica e em Long Island e ainda uma propriedade em Bedford (Nova Iorque).

Este "self-made made" é também conhecido pelas suas obras filantrópicas, tendo recebido o prémio Humanitarian Award, entregue em 1996 pela princesa Diana.

Em 1999 abriu um restaurante em Chicago, o RL Restaurant, seguindo-se Paris e Nova Iorque, apostando assim também na linha da restauração, a par com a sua filha Dylan.

Em meados da década de 80 superou um tumor benigno no cérebro e hoje, com 75 anos, diz-se realizado e feliz. E continua a sublinhar que não vende moda nem objectos, mas sim sonhos. O seu império da moda é, também, um império de sonhos. E Ralph é a prova viva de que podem concretizar-se. Aos 18 anos escrevia no anuário da escola que queria ser milionário. No próximo dia 14 completa 76 anos de vida e ocupa o 74º lugar no ranking dos 400 homens mais ricos do mundo, da Forbes.