Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Nuno Amado considera que a "banca deu um apoio ao Estado superior ao que devia"

Nuno Amado, presidente do Banco Santander Totta, declara que "os próximos dez anos vão ser seguramente melhores". O responsável comenta a situação de ajuda externa e considera que a banca deu apoio ao Estado superior ao que devia.

04 de Maio de 2011 às 09:05
  • 3
  • ...
“Em 2011 e 2012 o foco da banca deve ser mais na solidez do que nos resultados”, e foi assim que Nuno Amado iniciou a entrevista ao “Diário de Notícias”, em que analisou as dificuldades económicas com que o sector e o país se deparam.

Na sua opinião, a “banca deu um apoio ao Estado superior ao que devia”.

Relativamente às afirmações do primeiro-ministro de que teria sido a banca a precipitar o pedido de ajuda, Nuno Amado refere que quem condicionou os “ratings” do País e a abertura dos mercados foi a redução do “rating” do risco soberano. “E o que esteve na origem foi um nível de endividamento público demasiado elevado”.

“Apesar disso, durante um período ainda longo, a banca deu apoio ao financiamento do Estado superior ao que devia. Era pouco são continuar essa política. Obviamente que não podíamos continuar a financiar nas mesmas condições”.

Amado avança ainda que é provável que o Banco Santander Totta faça mais 10 ou 15 fusões de balcões, justificando-se com a razão de que “o mercado vai diminuir e é normal que tenhamos de fazer ajustamentos na rede”. O Banco tem vindo a fazer fusões de balcões e já encerrou entre 20 a 25 balcões.

O presidente da instituição portuguesa detida por um dos maiores bancos europeus considera que, nesta altura, os bancos se devem focar mais na desalavancagem da economia e apostar no reforço de capitais, assumindo que em 2012 irão registar níveis de resultados mais baixos.

No que concerne ao nível de crédito, Nuno Amado assume que a instituição possui um elevado nível de crédito e que tem como objectivo a sua diminuição.

Divulga os planos do banco de continuar a vender activos, pois “todos têm de fazer acordos com o Banco de Portugal para ver qual o ritmo de desalavancagem”. Prossegue dizendo que “se não for feito através da venda de carteiras, será com a redução drástica do crédito”.

Amado confirma que o Banco de Portugal adiou o prazo de entrega dos planos da banca em termos de previsões de concessão de crédito, acordo que deveria ter sido feito até ao final de Abril, e revela ser muito provável que este seja feito agora, na sequência do acordo com a troika.

Quanto ao acordo, avança que este deverá conter medidas de redução do crédito. Revela também as metas do banco relativas ao seu rácio de transformação, que actualmente é de 166%, mas que o banco pretende que se situe nos 120% em 2014/2015.

Mostra que está optimista quanto ao acordo da ajuda externa, reflectindo que "vamos passar por um período de ajuste, transitório, de dois ou três anos, que sim, vão ser muito duros”. Porém, “a velocidade e a direcção com que nós vínhamos era muito difícil de sustentar”.

Nuno Amado diz que não será só difícil para a banca, mas para todos. “Temos de ter um défice público a prazo positivo, depois ter uma balança de transacções correntes muito mais equilibrada.”

Revela que até ao momento o banco teve apenas uma reunião com a troika e que o grupo dos três organismos internacionais o deixou “muito bem impressionado”.

Relativamente às afirmações do primeiro-ministro de que teria sido a banca a precipitar o pedido de ajuda, Nuno Amado refere que quem condicionou os “ratings” do País e a abertura dos mercados foi a redução do “rating” do risco soberano. “E o que esteve na origem foi um nível de endividamento público demasiado elevado”.
Ver comentários
Saber mais Santande Totta Nuno Amado troika rating ajuda externa
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio