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Moniz da Maia admite ter participações em sociedades com sede em paraísos fiscais

O empresário esteve na tarde de hoje a ser ouvido em audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

Mário Cruz
30 de Abril de 2021 às 21:23
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O empresário Bernardo Moniz da Maia admitiu hoje à comissão de inquérito do Novo Banco ser detentor ou beneficiário de várias sociedades em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas ou o Panamá.

Questionado pela deputada Mariana Mortágua (BE) acerca do registo da sociedade Roqueville nas Ilhas Virgens Britânicas, Moniz da Maia confirmou, tendo a deputada prosseguido o inquérito perguntando sobre se tem "outras sociedades registadas em jurisdições 'offshore'".

Moniz da Maia começou por responder que não tinha "a certeza disso, porque têm uma fundação por trás", cuja denominação disse não se lembrar, mas que seria "qualquer coisa Forma e não sei quê", mas que veio, mais à frente na audição, a ser nomeada aos deputados, com a ajuda do advogado do empresário, como se chamando Forma e Pastoral Foundation, algo que gerou alguns sorrisos nos deputados.

O empresário esteve na tarde de hoje a ser ouvido em audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

"Eu julgo que tem uma parte da Roqueville. Ou da Sogema Investments [outra das empresas do universo Moniz da Maia], já não sei", disse o gestor, que disse não ser dono da Roqueville, mas admitiu que poderá ser "beneficiário económico" da mesma sociedade naquele paraíso fiscal.

"Não tenho presente a estrutura disso neste momento", respondeu.

A deputada questionou ainda se a sociedade Skinners Finance, sediada no Panamá, também pertencia à Roqueville ou a outra fundação, tendo o empresário referido que essa sociedade "tem uma fundação também por trás".

"É capaz de ser outra fundação. Não tenho a certeza agora de como", admitindo depois que à sua família está ligada uma fundação, mas que à sociedade Staywell, detida pela Skinners Finance, "existe outra" ligada ao próprio Bernardo Moniz da Maia.

"Portanto está ligado a duas fundações, uma da sua família e outra a si, pessoalmente", disse a deputada, contrariando o depoimento anterior do empresário, que tinha dito que estava ligado apenas a uma fundação.

Mais tarde, o nome da segunda fundação foi revelado, sendo a sua denominação Skinners Fundação.

Mariana Mortágua perguntou "onde é que estão registadas as fundações", e Bernardo Moniz da Maia disse julgar que estariam no Panamá, cujo património detido corresponde às participações.

Segundo Moniz da Maia, o património dessas fundações "basicamente é zero, dentro daquilo que conhece, e fora disso não existe mais nada", ou seja, fora das empresas devedoras, não há mais participações.

A deputada requereu ao empresário o envio de "relatório associado ao património dessas fundações e um relatório completo de todos os veículos 'offshore' a eles associadas".
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