O lançamento do primeiro operador móvel virtual (MVNO) em Portugal tem um impacto "negligenciável" a curto prazo, mas se a moda pegar poderá ser prejudicial para os "players" do sector: PT, Vodafone e Sonaecom. Quem o diz é a UBS que, num mercado com uma taxa de penetração de 130%, aguarda ainda pela entrada da PT Multimédia no sector.

Os CTT - Correios de Portugal anunciaram esta semana que vão lançar, até final deste ano, o primeiro operador móvel virtual (MVNO) do mercado português, através da rede da TMN.

Os Correios já obtiveram licença de actividade junto do regulador do sector das Comunicações, Anacom, num novo serviço telefónico móvel terá o indicativo 922.

Os MVNO são operadores que suportam a sua oferta de serviços de comunicações electrónicas na rede de outro operador móvel, não possuindo rede própria (os direitos de utilização de frequências e infra-estruturas associadas à rede de acesso rádio).

Numa nota a comentar a entrada dos CTT nas telecomunicações móveis, a UBS diz que num mercado como o português, com uma taxa de penetração de cerca de 130%, "a única forma de sobrevivência para os novos operadores é roubando clientes" aos "players" já instalados no mercado.

Em Portugal, actuam no neste segmento a Portugal Telecom, a Vodafone Portugal e a Sonaecom.

"A curto prazo, o impacto [da entrada dos CTT] é negligenciável, já que é o primeiro, mas se estes modelos começarem a proliferar poderão provocar estragos nos actuais ‘players’", comenta o banco suíço.

A UBS afirma ainda que a PT Multimédia, que passará a ser uma empresa autónoma da PT no final deste mês, poderá igualmente avançar para o mercado móvel, já que o "cross selling" com os seus actuais clientes da TV Cabo poderá ser elevado.