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Ministra disse em Junho que iniciou do zero trabalhos com "swaps"

E-mails e declarações pesam sobre ministra das Finanças.

Ministra das Finanças tem estado sob os holofotes. Primeiro os 'swaps', depois o pedido de demissão de Paulo Portas
Miguel Baltazar/Negócios
25 de Julho de 2013 às 23:18
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"Não havia nenhum trabalho feito e ele começou do zero, sim. Confirmo isso". A afirmação foi feita por Maria Luís Albuquerque a 25 de Junho do presente ano, quando prestava depoimento na comissão de inquérito aos contratos "swap".

A agora ministra das Finanças respondia a uma pergunta do deputado comunista Paulo Sá, que perguntava se a governante estava, efectivamente, a dizer que o actual Governo "começou do nada" todo o processo de gestão dos contratos de cobertura de risco das empresas públicas.

"Tirando o reporte da informação, que tinha já sido estabelecido na vigência do Governo anterior, tirando o reporte da informação nos relatórios da Direcção-geral de Tesouro e Finanças, de facto, nada mais estava feito", acrescentou Maria Luís Albuquerque a 25 de Junho.

Aquilo que eu disse mantém-se inteiramente tal como eu disse
 
Maria Luís Albuquerque

As audições que se têm vindo a realizar no decorrer dessa comissão parlamentar e os documentos que têm vindo a ser noticiados têm levantado dúvidas sobre esta declaração.

Esta quinta-feira, a Lusa teve acesso a um ficheiro enviado pelo director-geral da DGTF, Pedro Felício, a Maria Luís Albuquerque em 28 de Julho de 2011, em que eram descritos os contratos e os bancos que os venderam. Esse e-mail tinha sido já referido por Pedro Felício na sua audição, na terça-feira.

"Aquilo que eu disse mantém-se inteiramente tal como eu disse", disse Maria Luís Albuquerque numa entrevista à SIC esta quinta-feira. O Negócios contactou o gabinete da ministra das Finanças nos últimos dias, mas não obteve respostas às perguntas.

Maria Luís Albuquerque referiu, na mesma entrevista, que não recebeu informações relevantes sobre os "swaps" de empresas públicas na pasta de transição que recebeu do anterior Governo e voltou a sublinhar que os dados que foram recebidos não permitiam conhecer todo o problema.

"Naturalmente que irei à comissão de inquérito mais uma vez", garantiu a ministra quando questionada se estaria disponível para esclarecer novamente os deputados. O Bloco de Esquerda queria ouvir Maria Luís Albuquerque numa audição "urgente", mas o requerimento foi chumbado pela maioria, que só pretende ouvir a governante no final dos trabalhos da comissão. O PCP anunciou, com os novos dados, que vai pedir uma nova audição.

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