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Manuel Champalimaud: Os CTT “ou se modificam ou desaparecem”

O fundador da Gestmin revela ao Expresso que o seu investimento na empresa de correios é "estratégico". No entanto, sublinha que os CTT têm de estar "irreconhecíveis" daqui a cinco anos para sobreviverem.

Pedro Elias
27 de Janeiro de 2018 às 11:48
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O fundador da Gestmin, maior accionista dos CTT, garante que o seu investimento na empresa de correios não é uma aposta de curto prazo. Pelo contrário, é um investimento "estratégico", segundo revelou em entrevista ao Expresso, acrescentando que "estamos nos CTT para ficar para sempre".

"É um negócio que conheço e entendo. A escala é nacional, pode-se ir buscar sinergias e aproveitar o desenvolvimento tecnológico", disse ao Expresso Manuel Champalimaud, sublinhando que enquanto o serviço universal postal está em contracção, o negócio expresso e encomendas está em crescimento. Este último, juntamente com os serviços financeiros são apontados pelo criador da Gestmin como as verdadeiras "alavancas de crescimento" da empresa.

O empresário, que no início do mês de Janeiro reforçou a sua participação nos CTT para mais de 12%, reconhece, porém, que a empresa tem de mudar e de superar "a paralisia" na estrutura, que não acompanhou a evolução do negócio, quer ao nível do pessoal quer das infraestruturas.

"Os CTT quer queiram quer não ou se modificam e daqui a cinco anos estão totalmente diferentes ou desaparecem. Os CTT têm de estar irreconhecíveis daqui a cinco anos", afirmou um declarações ao Expresso.

Sobre os apelos à nacionalização levantados pelos partidos à esquerda e pelos sindicatos, Champalimaud diz que se trata de "aproveitamento político pernicioso" e caça ao voto. "As grandes empresas são a coutada preferencial para caçar votos, e os CTT são a quarta maior empresa em número de trabalhadores em Portugal. Há falta de qualidade nos sindicatos", acrescenta.

Questionado sobre as novas exigências impostas pela Anacom à empresa, o fundador da Gestmin diz tratar-se de uma "fórmula impossível". "Se querem oferecer o serviço universal naqueles moldes vai ter de ser outra empresa a prestá-lo e o contribuinte a pagar", adianta o empresário.

 

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