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Trabalhadores dos CTT mantêm greve para sexta-feira

Só uma reversão da privatização levará os trabalhadores e sindicatos dos CTT a desconvocar a greve da próxima sexta-feira. Esperam-se mais de três mil pessoas nas ruas de Lisboa, numa altura em que subiu o número de estações que vão fechar portas.

Miguel Baltazar/Negócios
19 de Fevereiro de 2018 às 13:50
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Os trabalhadores dos CTT vão manter a greve prevista para a próxima sexta-feira, 23 de Fevereiro. São esperados entre três mil e quatro mil trabalhadores dos correios a manifestar-se em Lisboa.

 

"Desconvocar a greve está fora de questão, a não ser que o Governo venha anunciar a reversão da privatização [dos CTT]", afirmou José Arsénio, secretário-geral do Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Telecomunicações e dos Media (Sindelteco). A perspectiva é de que a maioria das estações vá estar aberta, mesmo que a meio gás, porque "as chefias não podem fazer greve".

 

A manifestação arranca às 14:30 no Marquês de Pombal e irá dirigir-se à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em São Bento. Aí, os quatro sindicatos (SNTCT, Sindelteco, Sincor e SINTTAV) entregarão documentos com as suas preocupações.

 

Os sindicatos dizem que está em causa o fecho de mais de 40 estações de correio em todo o país, mais do que as 22 inicialmente anunciadas. "Essa lista já aumentou para 40. Mas são muito mais", disse Vítor Narciso, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), avançando com uma estimativa de 60 postos. Até ao momento, já fecharam 16 estações.

 

Os trabalhadores estão contra a solução encontrada de se criarem postos dos CTT em mercearias, juntas de freguesias ou papelarias e alertam para os problemas com a privacidade da correspondência que é processada. Além disso, existirão serviços como a subscrição de certificados de aforro ou o levantamento de reforma que deixarão de ser possíveis, recordaram.

 

Outra das preocupações é o facto de que, em alguns casos, esse serviço público está já a ser pago pelo próprio Estado. "A junta de Camarate está a gastar, para ter posto, 1.200 euros por mês. É dinheiro que sai dos contribuintes. Como a junta de Camarate, há dezenas", exemplificou Vítor Narciso.

 

O líder do SNTCT lembrou ainda os quase quatro mil milhões gastos pelo Estado na intervenção do Banco Espírito Santo para comparar com o valor que é necessário para que os CTT possam voltar a ser nacionalizados. "Não há 200 ou 300 milhões para reverter a privatização dos CTT?", questionou.

 

Resgatar a actual concessão dos correios implicaria um prazo mínimo de um ano, o que levaria o arranque do processo para 2019.

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