Notícia
Macron considera "chocante e excessivo" salário de Carlos Tavares no grupo automóvel Stellantis
Em causa está o aumento da remuneração de 2021 do presidente executivo do grupo automóvel Stellantis, o português Carlos Tavares, para 19,1 milhões de euros.
15 de Abril de 2022 às 19:18
O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou esta sexta-feira "chocante e excessivo" o valor "astronómico" do salário do presidente executivo do grupo automóvel Stellantis, o português Carlos Tavares, e afirmou-se a favor de "tetos" de remuneração ao nível da União Europeia.
"Devemos liderar o combate [ao nível] europeu para que tenhamos uma remuneração que não possa ser abusiva", disse Emmanuel Macron, que é candidato à reeleição no cargo, na segunda volta das eleições presidenciais em 24 de abril.
Em declarações à rádio France Info, o Presidente francês defendeu que é preciso avançar no estabelecimento de "tetos" de remuneração salarial, através de uma governança ao nível da Europa "que torne as coisas aceitáveis, caso contrário, a sociedade, em algum momento, explode".
Em causa está o aumento da remuneração de 2021 do presidente executivo do grupo automóvel Stellantis, o português Carlos Tavares, para 19,1 milhões de euros, um tema polémico que entrou na política francesa.
Em comunicado, o grupo automóvel (nascido em 2021 da fusão da Peugeot-Citroen com a Fiat-Chrysler) disse que esta quarta-feira, na assembleia-geral, os acionistas votaram contra, por 52,1% contra 47,9%, o relatório de remunerações. Neste caso, o voto dos acionistas é consultivo.
"Aqui estamos com valores astronómicos e sem os enquadrar dentro de um intervalo, temos de conseguir colocar um teto, se o fizermos a nível europeu, pode funcionar", apontou o chefe de Estado francês, lembrando que o grupo automóvel Stellantis tem o seu conselho de administração e sede nos Países Baixos.
Enquanto país, o que a França pode fazer, como fez com o imposto mínimo e a luta contra a evasão fiscal, segundo Emmanuel Macron, é "convencer os parceiros europeus a fazer uma reforma que permita fiscalizar, em algum momento, a compensação dos dirigentes" de empresas na União Europeia (UE).
A adversária de Emmanuel Macron na segunda volta das eleições presidenciais francesas em 24 de abril, a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, em declarações ao canal de notícias francês BFMTV, também se pronunciou sobre o salário do presidente executivo do grupo automóvel Stellantis: "Claro que é chocante, é ainda mais chocante quando são os empresários que colocam a sua empresa em dificuldade".
Os milhões de euros em bónus atribuídos para o ano de 2021 aos líderes do grupo automóvel Stellantis são contestados pelos acionistas, sindicatos e até mesmo no campo político, poucos dias antes da segunda volta das eleições presidenciais francesas.
O desempenho do Stellantis em 2021 foi excecional, pelo que o presidente executivo Carlos Tavares deverá receber um total de 19 milhões de euros relativos ao exercício de funções de dirigente.
O grupo Stellantis, que não quis reagir às declarações de Macron, lembrou, no entanto, que "em menos de oito anos, o grupo PSA - Peugeot Citroën passou de uma situação de quase falência à posição de empresa líder no seu setor a nível mundial" graças à fusão com a FCA - Fiat-Chrysler, projeto que foi liderado pelo português Carlos Tavares.
A remuneração de Carlos Tavares, "90% variável de acordo com os resultados", mantém-se apesar de tudo inferior à dos seus homólogos norte-americanos da GM (General Motors) ou da Ford, indicou o grupo Stellantis.
"Devemos liderar o combate [ao nível] europeu para que tenhamos uma remuneração que não possa ser abusiva", disse Emmanuel Macron, que é candidato à reeleição no cargo, na segunda volta das eleições presidenciais em 24 de abril.
Em causa está o aumento da remuneração de 2021 do presidente executivo do grupo automóvel Stellantis, o português Carlos Tavares, para 19,1 milhões de euros, um tema polémico que entrou na política francesa.
Em comunicado, o grupo automóvel (nascido em 2021 da fusão da Peugeot-Citroen com a Fiat-Chrysler) disse que esta quarta-feira, na assembleia-geral, os acionistas votaram contra, por 52,1% contra 47,9%, o relatório de remunerações. Neste caso, o voto dos acionistas é consultivo.
"Aqui estamos com valores astronómicos e sem os enquadrar dentro de um intervalo, temos de conseguir colocar um teto, se o fizermos a nível europeu, pode funcionar", apontou o chefe de Estado francês, lembrando que o grupo automóvel Stellantis tem o seu conselho de administração e sede nos Países Baixos.
Enquanto país, o que a França pode fazer, como fez com o imposto mínimo e a luta contra a evasão fiscal, segundo Emmanuel Macron, é "convencer os parceiros europeus a fazer uma reforma que permita fiscalizar, em algum momento, a compensação dos dirigentes" de empresas na União Europeia (UE).
A adversária de Emmanuel Macron na segunda volta das eleições presidenciais francesas em 24 de abril, a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, em declarações ao canal de notícias francês BFMTV, também se pronunciou sobre o salário do presidente executivo do grupo automóvel Stellantis: "Claro que é chocante, é ainda mais chocante quando são os empresários que colocam a sua empresa em dificuldade".
Os milhões de euros em bónus atribuídos para o ano de 2021 aos líderes do grupo automóvel Stellantis são contestados pelos acionistas, sindicatos e até mesmo no campo político, poucos dias antes da segunda volta das eleições presidenciais francesas.
O desempenho do Stellantis em 2021 foi excecional, pelo que o presidente executivo Carlos Tavares deverá receber um total de 19 milhões de euros relativos ao exercício de funções de dirigente.
O grupo Stellantis, que não quis reagir às declarações de Macron, lembrou, no entanto, que "em menos de oito anos, o grupo PSA - Peugeot Citroën passou de uma situação de quase falência à posição de empresa líder no seu setor a nível mundial" graças à fusão com a FCA - Fiat-Chrysler, projeto que foi liderado pelo português Carlos Tavares.
A remuneração de Carlos Tavares, "90% variável de acordo com os resultados", mantém-se apesar de tudo inferior à dos seus homólogos norte-americanos da GM (General Motors) ou da Ford, indicou o grupo Stellantis.