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Lucros da Jerónimo Martins crescem 59% entre janeiro e março

O resultado líquido sobe para 140 milhões de euros no primeiro trimestre em todo o grupo, com as vendas a aumentarem 23,4% e a margem EBITDA a cair para 6,6%. O Pingo Doce viu as vendas crescerem 9,4%.

Líder da Jerónimo Martins diz que dois meses de guerra mostram que subida de preços de produtos alimentares ou energia “será muito superior” ao que se perspetivava no início do ano.
Bruno Colaço
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A Jerónimo Martins viu o resultado líquido subir em todo o grupo para 140 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma subida de 59,1% face aos 88 milhões registados no mesmo período do ano passado, de acordo com o comunicado enviado pela empresa à CMVM.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 20,1%, para 446 milhões de euros, enquanto as vendas cresceram 23,4%, para 6,8 mil milhões.

Já a margem EBITDA ficou em 6,6%, o que compara com os 6,7% no primeiro trimestre do ano passado, de acordo com a Jerónimo Martins. "Tal como antecipado, e refletindo a pressão sobre a margem bruta exercida pelo investimento em preço realizado por todas as insígnias de retalho alimentar, a margem EBITDA do grupo caiu", lê-se no comunicado.

Apesar disso, "o forte desempenho de vendas, resultante da intensa dinâmica comercial e do reforço da competitividade dos preços" nas diferentes marcas "impulsionou um sólido crescimento do valor do EBITDA", defende o grupo, embora o consumo se tenha "mantido pressionado pelos efeitos da inflação".

O crescimento é verificado em "todos os países" em que a Jerónimo Martins opera: "Na Polónia, a Biedronka aumentou volumes e mitigou o impacto sobre o seu crescimento Like-for-Like da substituição por produtos de menor preço", enquanto "em Portugal e na Colômbia, o Pingo Doce e a Ara registaram aumentos nas vendas do mesmo parque de lojas apesar da aceleração do 'trade-down' no trimestre ter impactado as respetivas taxas de crescimento".

Ainda assim, acrescenta a empresa, "os comparativos face ao ano transato tornar-se-ão mais exigentes a partir do segundo trimestre de 2023, à medida que a comparação se faça com valores de 2022 que incorporaram aumentos de preços alimentares progressivamente mais intensos".

Vendas do Pingo Doce crescem 9,4%

Em Portugal, indica a Jerónimo Martins, o Pingo Doce "manteve o investimento em promoções fortes e relevantes para os consumidores", com as vendas a crescerem 9,4% para os 1,1 mil milhões de euros. No primeiro trimestre, o Pingo Doce abriu duas novas lojas e remodelou outras sete.

Já no Recheio (cash & carry), houve "um forte aumento das vendas, que atingiram os 295
milhões de euros (+29,2%), num contexto de crescimento saudável do HoReCa" e que o grupo atribui à "competitividade" deste segmento.

"Antecipa-se que os desafios colocados pela fragilidade do consumo interno e pela tendência instalada de 'trading-down' permaneçam ao longo de 2023", afirma a empresa. No entanto, em simultâneo, tem a expectativa de que "o turismo se mantenha como o principal motor de crescimento do sector HoReCa" [hotéis, restaurantes e cafés].

O EBITDA dos dois negócios em Portugal foi de 77 milhões de euros, 13,5% superior ao período homólogo, com "a respetiva margem a fixar-se nos 5,6%, em linha com o primeiro trimestre de 2022".

"Enquanto no Pingo Doce a margem EBITDA desceu 13 p.b. [pontos base] na sequência do forte investimento em preço e do impacto do 'trade-down', no Recheio a margem subiu, seguindo a tendência associada à recuperação da alavancagem operacional", detalhou a retalhista.

"Uma força anti-inflacionista"

Citado no comunicado, o CEO do grupo, Pedro Soares dos Santos, notou que "a inflação alimentar mantém-se alta nos três países" onde a Jerónimo Martins tem negócios, considerando que "continua a pressionar a confiança do consumidor e o poder de compra das famílias". Garante, por isso, que há uma "aposta em investir em preço" para reforçar posições de mercado.

"Os resultados dos primeiros três meses do ano confirmam a força operacional e competitiva das nossas insígnias", entende ainda, defendendo que "mostram grande capacidade de leitura da envolvente e a flexibilidade necessária para ajustar as suas propostas às necessidades dos consumidores".

"Continuaremos, como até aqui, comprometidos com ser uma força anti-inflacionária", promete o CEO, garantindo que vai "absorver parte da pressão do aumento dos preços sobre os consumidores", e, em simultâneo, concretizar o programa de investimentos previsto.

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