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Lucro da Galp desce 21% nos primeiros nove meses do ano e fica aquém do esperado

A área de Gás & Power continua a ser o destaque positivo no desempenho da Galp Energia, cujo lucro deslizou mais do que o esperado pelos analistas no terceiro trimestre, prejudicando as contas desde o início do ano.

Bruno Simão/Negócios
28 de Outubro de 2013 às 07:21
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A Galp registou uma redução do resultado líquido nos primeiros nove meses do ano, justificada pelo desempenho nos últimos três meses. Ainda assim, num período em que a margem de refinação deslizou, a empresa nacional revelou uma subida do EBITDA. 

 

A petrolífera nacional apresentou um lucro de 218 milhões de euros entre Janeiro e Setembro deste ano, o que representa uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior. Analisando o terceiro trimestre, a descida foi mais pronunciada, de 42%, com o resultado líquido a resvalar dos 98 milhões do ano passado para os 57 milhões de euros.

 

Os números, relevados esta segunda-feira no comunicado de resultados emitido através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ficam abaixo das previsões das casas de investimento da CGD e do BPI, que previam uma queda trimestral na ordem dos 30%. 

 

A evolução do terceiro trimestre deveu-se, segundo adianta o comunicado da empresa dirigida por Ferreira de Oliveira, “essencialmente ao aumento das amortizações e provisões no negócio de Refinação & Distribuição e à deterioração dos resultados financeiros que, desde o segundo trimestre de 2013, são impactados pela não capitalização dos juros relacionados com o projecto de conversão”.

 

De acordo com a mesma fonte, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado da Galp foi de 312 milhões de euros no terceiro trimestre, totalizando 869 milhões nos nove meses. O avanço trimestral é de 0,8% mas é de 8,8% no período mais longo. “Com efeito, o aumento da produção 'net entitlement' no negócio de Exploração & Produção e a mais robusta actividade de ‘trading’ de GNL no contexto do negócio de Gas & Power compensaram a descida da margem de refinação, que se deteriorou em linha com a tendência nos mercados internacionais”, explica. O EBIT ficou-se pelos 441 milhões de euros nos nove meses, uma queda de 3% face ao mesmo período de 2012.

 

E&P com descida de 7% do EBIT

 

A área de Exploração e Produção, que há um ano era a mais relevante para o EBITDA da empresa liderada por Ferreira de Oliveira, foi a única que registou uma quebra – e deixou de ser a mais significativa. O EBITDA deste segmento deslizou 3,5% para 286 milhões de euros até Setembro (estável nos 110 milhões, no terceiro trimestre).

 

Contudo, o aumento dos custos operacionais (como custos de produção) e a subida das amortizações (investimento em Angola e revisão em baixa das reservas do campo Kuito) fizeram com que o EBIT (resultados antes de juros e impostos) ajustado caísse 7% no terceiro trimestre, em termos homólogos, para os 51 milhões de euros, mantendo um comportamento negativo desde o início do ano (19%).

 

Provisões para cobrança duvidosa penalizam R&D

 

Outro segmento da Galp Energia cujos resultados foram negativos face ao ano anterior é o da Refinação & Distribuição. O EBIDTA subiu 8,5% mas o EBIT acabou por resvalar 61% nos primeiros nove meses do ano, passando de 55 para 21 milhões de euros. O terceiro trimestre é que já foi negativo em termos de evolução, com quedas nos dois períodos. Aliás, no terceiro trimestre, o EBIT foi mesmo negativo (passou de 26 milhões positivos para 18 milhões negativos).

 

O negócio da refinação, penalizado pelo contexto da queda das margens de refinação nos mercados internacionais, apresentou um desempenho negativo. Além disso, também a actividade de produtos petrolíferos caiu reflectindo “ainda o contexto económico adverso na Península Ibérica”. A Galp sublinha, contudo, que a queda é “em menor escala relativamente aos trimestres anteriores de 2013”.

 

A prejudicar o EBIT deste segmento, de 18 milhões de euros negativos no terceiro trimestre, estiveram as provisões, que quase duplicaram “devido ao aumento das provisões para clientes de cobrança duvidosa, nomeadamente no negócio de distribuição de produtos petrolíferos”. As amortizações, que também subiram, tiveram igualmente um impacto negativo.

 

GNL dinamiza G&P

 

A melhoria da actividade de ‘trading’ de gás natural liquefeito (liquefeito para facilitar o seu transporte) ajudou os resultados do segmento de Gas & Power, onde se inclui a electricidade.

 

Esta é a única área de negócio da Galp Energia cujos resultados são positivos em todas as análises (no trimestre e nos nove meses, tanto no que diz respeito ao EBITDA como ao EBIT). É a mais importante área, nos nove meses do ano, em volume de EBITDA – 318 milhões (subida de 20,8%).

 

Olhando para o terceiro trimestre, o EBIT do G&P subiu 15,9% para os 57 milhões de euros, “uma subida que se deveu sobretudo à melhoria da actividade de ‘trading’ de GNL nos mercados internacionais”.


Investimento e dívida aumentam

 

O investimento da petrolífera disparou 31,4% para 728 milhões de euros até Setembro, tendo em conta as actividades de desenvolvimento no campo Lula, no Brasil.


A dívida líquida passou de 2.117 milhões, em Junho, para 2.191 milhões de euros, no final de Setembro, resultante “do investimento em activo fixo e do pagamento do dividendo intercalar relativo ao exercício de 2013, realizado em Setembro”.

 

“A dívida líquida ajustada seria de 1.305 milhões de euros, considerando como caixa e equivalentes o montante de 886 milhões de euros, correspondente ao empréstimo concedido à Sinopec na sequência do aumento de capital na Petrogral Brasil e empresas relacionadas”, especifica ainda o comunicado.

 

(Notícia actualizada com mais informação às 8h05)

 

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