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Lobo Xavier: "Há reacções automáticas das pessoas aos descontos"

António Lobo Xavier acredita que a acção fugiu ao controlo do Pingo Doce. E não vê razão para a promoção ter uma reacção idêntica por parte dos concorrentes. Por outro lado, traz a campanha para um patamar de consumo: os portugueses reagem aos descontos

04 de Maio de 2012 às 10:49
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António Lobo Xavier, que está na sua actividade profissional ligado à Sonae, disse, ontem na Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, não ver necessidade de o concorrente do Pingo Doce [o Continente] responder à campanha realizada a 1 de Maio.

Este jurista, ligado ao CDS, defendeu o Pingo Doce, admitindo que o grupo Jerónimo Martins não terá antecipado a reacção em massa.

“Todas as cadeias, mais relevantes, têm promoções e descontos relativos a certos tipos de produtos, em certos dias” e os retalhistas, acrescenta Lobo Xavier, acreditam que há pessoas que procuram descontos e exploram isso.

“Não é só cá em Portugal. É mais notório quando vivem mal ou estão mais angustiadas, mas vivemos numa sociedade que procura descontos”. E até compara com a descida no preço dos combustíveis, que leva pessoas às estações de serviço. “Há reacções automáticas das pessoas aos descontos”. E deixa duas interrogações: “O desconto que foi dado às pessoas era útil ou não? E a humilhação é causada pela mediatização ou pelo desconto?”.

Lobo Xavier admite, no entanto, que a acção saiu fora do controlo do Pingo Doce, que até tinha optado por não anunciar a campanha em televisão e manteve relativamente em segredo a acção no dia anterior. O que demonstra, no entender deste jurista, que o Pingo Doce queria uma promoção controlada.

Lobo Xavier também não se atravessa na possibilidade de haver ilegalidades cometidas nesta campanha. É um caso que as autoridades têm de analisar. Mas lembrou que a Autoridade da Concorrência está sempre em cima das grandes superfícies. Também admite não ter havido problemas com os fornecedores, na medida em que não ouviu queixas.

“Não há nenhuma insígnia que goste de ver as suas lojas vandalizadas, com confusão”, assegura para argumentar que a acção fugiu ao controlo do Pingo Doce. E também afasta associações entre a acção e a comemoração do Dia do Trabalhador. “Acho extraordinário que se pense que uma das empresas mais modernas de distribuição do mundo possa pensar que se pretende fazer provocação ao 1º de Maio”.

Lobo Xavier também não vê por que razão tem a Sonae de responder à campanha. “São empresas que têm vindo a ganhar quota mercado sem nenhuma campanha mortal, com tranquilidade. Não acho que tenha de haver reacção em cadeia. Os clientes devem ter pena, os consumidores devem ter pena”.
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