O governo italiano pede à Roche e Novartis uma indemnização de 1,2 mil milhões de euros pelos "danos substanciais" que as empresas implicaram ao sistema nacional de saúde do país.

A medida é justificada por suspeitas de que as farmacêuticas estarão a estabelecer práticas para restringir a concorrência no segmento dos tratamentos oftalmológicos, conduzindo assim pacientes para tratamentos mais caros.

Segundo a Bloomberg, esta posição das farmacêuticas representou prejuízos de 45 milhões de euros em 2012, 540 milhões em 2013 e outros 615 no decorrer deste ano.

O anúncio foi tornado público no "site" do Ministério da Saúde italiano na passada quarta-feira, 28 de Maio. No mesmo dia, a ministra italiana da Saúde, Beatrice Lorenzin, dava também conta da decisão de exigir à Pfizer uma compensação de 14 milhões de euros, por a farmacêutica ter alegadamente mantido, através do abuso de patentes, medicamentos genéricos da concorrência fora do mercado.

Todas as farmacêuticas já reagiram aos anúncios do governo italiano. Em comunicado, citado pelo "The New York Times", a Novartis rejeita "fortemente as acusações" de práticas desleais. A posição é partilhada pela Roche. Por sua vez, a Pfizer diz que a sua conduta "está em conformidade com as leis industriais e de defesa da concorrência", cita o "The New York Times".

Itália tem procurado manter um rígido controlo sobre os custos dos medicamentos para o Estado, tendo em conta a sua economia estagnada e o envelhecimento da própria população, explica o jornal norte-americano.