O Santander está em conversações com potenciais compradores da sua participação de 22% na Union Fenosa tendo recebido ofertas de dois grupos avança hoje o «Cinco Dias» sublinhando que um deles é o presidente da Inditex, que detém a Zara, Amâncio Ortega.

Segundo a mesma fonte a instituição bancária está em conversações mas ainda não chegou a nenhum  acordo. Um dos grupos inclui o presidente da Inditex, Jacinto Rey, presidente da construtora espanhola San José e o banco Caixa Nova. O Segundo grupo é liderado pela imobiliária Fadesa e pela família Del Pino, os principais accionistas do Grupo Ferrovial estão também interessados.

O grupo de Amâncio Ortega ofereceu 30 euros por acção, o preço mínimo estabelecido pelo Santander para a participação, avaliando a transacção em cerca de dois mil milhões de euros, avança o jornal citando fontes não identificadas próximas do assunto.

Os responsáveis da Galp Energia também se encontraram com o Santander Central Hispano com o objectivo de discutirem a compra dessa participação, segundo avançou o mesmo jornal espanhol esta semana, sublinhando que o encontro aconteceu há alguns dias e que os responsáveis da petrolífera acreditam que a a OPA da Gas Natural sobre a Endesa poderia configurar um novo mapa energético no qual a Union Fenosa desempenharia um papel «mais relevante» que o actual.

Ao comprar a posição do Santander na Fenosa, a Galp ficaria a maior accionista da terceira eléctrica espanhola, sendo o objectivo a prazo consolidar as duas empresas num novo grupo de energia com dimensão para concorrer com os espanhóis no mercado ibérico e com a EDP em Portugal. Esta solução poderia ainda facilitar um acordo com a ENI que controla 50% da Fenosa Gas.

Só que a forte valorização da Union Fenosa deste ano de 32% tem tornado complicada a venda da participação da instituição bancária presidida por Emílio Botín. A Fenosa é a eléctrica ibérica com os múltiplos mais elevados do sector e este ano, pela primeira vez, o grupo de Honorato Lopez conseguiu superar a capitalização da Energias de Portugal.

No entanto, perante o cenário da OPA sobre a Endesa, alguns investidores, como a própria Galp, estão dispostos a pagar este «custo de oportunidade» para instalar-se em Espanha, segundo fontes conhecedoras dos contactos, citadas pelo «Cinco Dias».