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Grupo Pestana fecha 2020 com prejuízos de 32 milhões. Receitas da hotelaria devem duplicar este ano

O grupo Pestana, maior grupo hoteleiro português, teve prejuízos pela primeira vez em 40 anos. O grupo, que conta com 102 unidades hoteleiras em todo o mundo, espera ter 70% da capacidade a funcionar em junho. Já a taxa de ocupação não deverá ultrapassar os 50% no segundo semestre.

Pestana
26 de Maio de 2021 às 13:17
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O grupo Pestana encerrou o ano passado com prejuízos de 32 milhões de euros, que comparam com lucros de 80 milhões registados em 2019. O tombo no resultado líquido deveu-se a uma quebra de 57% do volume de negócios no ano passado, que foi de 181,7 milhões de euros, face a 418 milhões no ano anterior. Esta é a primeira vez em quarenta anos que o maior grupo hoteleiro português apresenta resultados negativos. 

As receitas da hotelaria caíram 75% para 78 milhões de euros, face a 250 milhões do ano anterior. Entre todas as áreas de negócio do grupo Pestana, este foi o segmento mais afetado pela pandemia. Ainda assim, o grupo fechou o ano com um EBITDA positivo de 33,7 milhões de euros, que se deveu ao desempenho positivo do segmento imobiliário e residencial, que cresceu perto de 12% e representou mais de 54 milhões de euros de proveitos totais. 

"Começámos o ano de 2020 eufóricos", admitiu José Theotónio, CEO do grupo, num encontro com jornalistas realizado esta quarta-feira. "Tínhamos vindo dos quatro melhores anos de sempre da atividade turística e tivemos, em 2020, os melhores janeiro e fevereiro de sempre", lembrou. "2020 tinha tudo para ser um ano fantástico", admite. 

A 16 de março, o grupo fechou o primeiro hotel, na Madeira, por falta de clientes. A 31 de março, os 100 hotéis da cadeia estavam de portas encerradas, à exceção de algumas unidades que ficaram a dar apoio no contexto da pandemia. "Em abril e maio, a faturação da hotelaria foi zero", ressalvou o CEO. 

Em junho, já com o desconfinamento, o grupo registou uma reabertura "ténue", e em julho o grupo registou uma ocupação de 10% face ao habitual. Em agosto, a atividade "melhorou graças ao mercado nacional", para cerca de 25%. A partir de outubro, a atividade voltou a quebrar para 10%.

Na hotelaria, o grupo aderiu ao lay-off simplificado entre abril e junho do ano passado, que abrangeu praticamente todos os trabalhadores. Os colaboradores afetos ao imobiliário e ao golf estiveram em lay-off entre abril e maio. 

O grupo contou com 900 saídas em 2020, 600 das quais referentes à não renovação de contratos. As restantes 300 foram saídas voluntárias, sobretudo da área tecnológica. Entretanto, o grupo já contratou cerca de 100 pessoas para esta área, e tenciona contratar mais 100 para as áreas operacionais, à medida que os hotéis forem reabrindo. 

Turistas procuram praia

Nesta altura, a procura dos turistas está focada nos destinos de praia, como o Algarve e Porto Santo, detalhou José Theotónio. Para maio e junho, o grupo tem 20% a 25% das reservas face a um ano normal. No segundo semestre, o Pestana conta chegar a uma ocupação a rondar entre os 40% e 50%, esperando já ter todas as unidades abertas nos próximos meses. Até julho, deve reabrir 70% da capacidade. 

O grupo mantém fechadas algumas unidades na Argentina, na Venezuela, em Barcelona e em Berlim. Há ainda oito hotéis novos, prontos para abrir: quatro em Portugal, um em Nova Iorque, outro em Madrid e dois em Marrocos, em regime de gestão. 

Para 2021, José Theotónio diz estar "confiante q.b." na retoma, que prevê "lenta", antevendo duplicar as receitas do segmento da hotelaria em 2021, "se não existirem mais surpresas".
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