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Fundo Vallis compra 100% da Imperial
O Fundo Vallis Sustainable Investments I anunciou a aquisição da totalidade da empresa de chocolates Imperial ao Grupo RAR, sem revelar o montante da transacção.
A produtora nacional de chocolates Imperial, detentora de marcas como a Regina, Jubileu, Pantagruel, Pintarolas e Allegro, vai ser vendida pelo Grupo RAR ao fundo Vallis Sustainable Investments I, da Vallis Capital Partners - que detém também o Fundo Vallis para a construção [que era um dos quatro candidatos à compra da construtora Opway, mas que decidiu não ir ao leilão que decorreu em Fevereiro deste ano].
Com esta aquisição, "no âmbito da criteriosa execução da sua estratégia de investimento, o Fundo Vallis Sustainable Investments I adquire um activo de características únicas no sector alimentar nacional", sublinha o fundo em comunicado.
O Fundo, em parceria com a actual equipa da gestão executiva da Imperial, "tem como ambição estratégica promover um novo ciclo de crescimento da empresa, consolidando a sua liderança no mercado nacional e criando condições para potenciar, de forma significativa, a sua vocação exportadora", acrescenta.
Com um volume de negócios de cerca de 27 milhões de euros em 2014, a Imperial - liderada por Manuela Tavares de Sousa (na foto) - exportou um quinto das suas vendas para 45 países.
"A nossa prioridade é consolidar a nossa posição nesses mercados", declarou a CEO no passado mês de Outubro ao Negócios. Uma das estratégias passa pela introdução de chocolates sem açúcar – da marca Canderel – em farmácias, à semelhança do que já acontece em Portugal. Por cá, a experiência está "a correr bem" em mais de 500 farmácias.
Na Polónia – onde os chocolates da Imperial já são vendidos por vários retalhistas, como a Biedronka do grupo Jerónimo Martins – está em curso um "teste de mercado com os chocolates sem açúcar". Angola, Moçambique e Brasil também estão integrados nas metas a este nível.
A Vallis Capital Partners, na qualidade de ‘investment advisor’ da sociedade gestora do Fundo Vallis Sustainable Investments I, "vê nesta transacção um passo relevante na dinamização do papel do capital de risco em Portugal, num momento em que a generalidade das empresas de média dimensão reconhece a importância de atrair capitais e competências de gestão, para o êxito da sua estratégia de crescimento e, concomitantemente, da economia portuguesa", conclui o comunicado.
A transacção encontra-se agora sujeita à decisão de não oposição pela Autoridade da Concorrência.
A Imperial emprega cerca de 170 pessoas, sendo que, nos períodos de picos de produção, como o Natal e a Páscoa, chega aos 190 colaboradores.
O Grupo RAR – que opera em vários segmentos, nomeadamente na área alimentar, do imobiliário e serviços – anunciou recentemente que iria proceder à "reorganização de activos" com o objectivo de "concentrar os seus investimentos nas empresas estratégicas".
No passado dia 22 de Maio, vendeu a sua posição na GeoStar [uma empresa de agências de viagens que tem um volume de negócios anual superior a 150 milhões de euros], à Sonae, que ficou único accionista.