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Fundo de capital de risco investe 20 milhões em PME portuguesas e húngaras
Budapeste anuncia fundo luso-húngaro que "abre nova era nas relações económicas entre os dois países". Gerido pela Alpac Capital, que tem escritórios nas duas capitais, vai canalizar 60% do investimento para Portugal.
Chama-se "East West Venture Capital Fund" e durante os próximos oito anos prevê investir cerca de 20 milhões de euros em pequenas e médias empresas húngaras e portuguesas, com potencial de crescimento e que actuam sobretudo na área das tecnologias de informação e das indústrias inteligentes.
A apresentação deste fundo de capital de risco, que arranca as operações nesta quarta-feira, 8 de Novembro, foi feita esta manhã, em Budapeste, pelo ministro húngaro que controla as pastas dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Péter Szijjártó, destacando que este instrumento "abre uma nova era nas relações económicas entre os dois países".
Entre os investidores identificados pelas autoridades húngaras estão o Eximbank, o OTP Bank e a companhia petrolífera MOL. As tarefas de gestão serão asseguradas pela Alpac Capital, uma sociedade de capital de risco com escritórios no Dubai, Budapeste e Lisboa, que uma nota oficial divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro da Hungria, o controverso Viktor Orbán, destacou estar "registada e regulada pela autoridade de supervisão financeira portuguesa".
O investimento em Portugal deve representar cerca de 60% do capital gerado por este fundo, que o ministro classificou como "único" com o argumento de que vai praticar "uma política de investimento activa, o que significa que, depois de fornecer o financiamento, o fundo vai participar na estrutura de gestão da empresa e ajudá-la a operar com sucesso".
Numa declaração atribuída ao Eximbank, a entidade investidora destaca igualmente que este fundo "vai contribuir para reforçar as relações entre os dois países através das empresas participantes" e aponta vantagens mútuas. "As PME húngaras podem ter como vantagem o acesso de Portugal aos mercados ibérico, africano e sul-americano, enquanto as empresas portuguesas poderão aproveitar as relações [privilegiadas] da Hungria com a Europa Central e de leste, com a região do Báltico e com a Ásia Central", detalha a mesma fonte.