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Farfetch planeia entrar em bolsa daqui a um ano
A empresa luso-britânica Farfetch, que mistura tecnologia e moda, tem mantido reuniões com consultores com vista a uma entrada na bolsa de Nova Iorque em finais de 2017, avança a Bloomberg.
Há já algum tempo que corre a notícia de que a Farfetch tenciona entrar em bolsa. Agora, em declarações à Bloomberg, algumas fontes conhecedoras do processo afirmam que a empresa luso-britânica está a pensar avançar com a oferta pública inicial (IPO, na sigla anglo-saxónica) em finais do próximo ano.
Para tal, a Farfetch tem mantido, segundo as mesmas fontes, reuniões com consultores. E dentro de meses deverá nomear oficialmente quem ficará responsável por essa assessoria.
José Neves (na foto), CEO da empresa que fundou em 2008, disse ao Negócios em Junho do ano passado que "a nível financeiro, o próximo passo será um IPO. Não sabemos ainda quando, não nos próximos dois anos com certeza. Ainda temos muito para crescer, mas o IPO será o próximo passo".
Nessa mesma entrevista, José Neves sublinhava que "a nossa ambição é continuar a crescer. Penso que a Farfetch vai ser um mercado de milhares de milhões de dólares de facturação nos próximos três, quatro anos. Queremos continuar o crescimento internacional e sermos uma empresa revolucionária e pioneira nesta grande mudança que são os padrões de compra e comportamento do consumidor".
A Farfetch – que tem escritórios em Londres, Nova Iorque, Los Angeles, São Paulo, Lisboa e Porto – estava avaliada em 1,5 mil milhões de dólares na sua última ronda de financiamento, em inícios deste ano.
"O calendário do IPO visa coincidir com o plano da Farfetch de começar a gerar lucros em finais de 2017", disse à Bloomberg uma das fontes, que pediu anonimato por os detalhes deste processo não serem ainda domínio público.
As mesmas fontes referiram à Bloomberg que Nova Iorque poderá ser a praça escolhida como plataforma de lançamento na negociação bolsista.
Contactada pelo Negócios, a empresa preferiu não comentar.
Farfetch nas bocas do mundo
"Seguindo uma tendência criada pela Net-a-Porter e Moda Operandi, a Farfetch funde uma plataforma de comércio electrónico com conteúdos editoriais sobre moda de luxo, viagens e ‘lifestyle’", sublinhava recentemente a CNBC num trabalho sobre este unicórnio (empresa com uma avaliação de ou superior a mil milhões de dólares) português.
No entanto, destacava aquela cadeia norte-americana, ao contrário das suas concorrentes, a Farfetch não tem inventários – focalizando-se na criação de uma acolhedora experiência internacional de compra para os consumidores, assumindo a responsabilidade pela logística, incluindo direitos aduaneiros.
(Notícia actualizada às 20:05)