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Falta de injecção de capital leva à demissão da administração da Maxitel

A administração da Maxitel, liderada pelo seu presidente Sequeira Braga, apresentou demissão por considerar que não poderia continuar gerir a empresa sem uma injecção de capital fresco, revelou ao Negocios.pt fonte ligada à empresa.

18 de Junho de 2001 às 22:45
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A administração da Maxitel, liderada pelo seu presidente Sequeira Braga, apresentou demissão por considerar que não poderia continuar gerir a empresa sem uma injecção de capital fresco, revelou ao Negocios.pt fonte ligada à empresa.

Para além do presidente, os administradores Gaspar Sousa Pinto, João Martins e Miguel Magalhães deverão continuar à frente da empresa até que sejam eleitos novos órgãos sociais numa assembleia geral que, «em princípio», deverá ocorrer em meados de Julho, revelou a mesma fonte que pediu para não ser identificada. A administração demissionária controla cerca de 30% da Maxitel.

Fontes do sector garantiram ao Negocios.pt que as incompatibilidades entre a administração e o principal accionista, Joe Berardo, prendem-se com o modelo de negócios adoptado pela equipa liderada por Sequeira Braga, que necessita de capital fresco para continuar a gerir a empresa. Berardo detém uma posição de 30% na empresa.

«Os administradores chegaram à conclusão que não podiam continuar a gerir a empresa sem mais injecção de capital», revelou ao Negocios.pt fonte próxima da empresa.

O administrador não-executivo Morgado Ramos, representante de Joe Berardo, encontra-se nesta fase a colaborar com a administração para assegurar a continuidade da empresa e fazer um levantamento das operações que poderão ser recuperadas, disse fonte próxima do processo.

As torneiras secaram

A continuidade da empresa ficou posta em causa quando a banca em geral deixou de se mostrar disponível para financiar a operadora controlada pelo Grupo Privatel, uma situação que se tem vindo a verificar no sector das telecomunicações em Portugal, à medida que as operadoras baixam os preços para conquistar quota de mercado à Portugal Telecom [PLTM].

«As torneiras secaram» para o financiamento dos bancos às telecomunicações nacionais», explicou ao Negocios.pt fonte do sector bancário.

A administração contava com uma injecção de cerca de 5 milhões de euros (um milhão de contos), através de um empréstimo aos accionistas, que posteriormente se reconverteria em «equity», através de um aumento capital, o que não se veio a verificar.

«Os investimentos foram reduzidos substancialmente», revelou ao Negocios.pt fonte próxima da empresa.

Os analistas afirmam que a sobrevivência das operadoras de telecomunicações nacionais depende da sua ligação a grupos financeiros para poderem fazer face a problemas de caixa.

A corretora BBVA-Midas é assessora financeira na Maxitel, mas não detém uma posição na empresa. O restante do capital, para além das posições mencionadas, encontra-se disperso junto de centenas de colaboradores da empresa.

Redução de efectivos sem despedimentos

A Maxitel não prevê efectuar despedimentos, mas aposta na redução de efectivos através da não renovação de contratos que, na sua maioria, vigoram por um período de seis meses.

«O pessoal está a sair através da não renovação de contratos, mas não se prevêem despedimentos», avançou fonte próxima da empresa.

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