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Estimativa: Lucros da EDP deverão cair 3,5% no primeiro semestre

Os lucros da EDP deverão apresentar uma queda de 3,51%, com as novas consolidações a impulsionarem as receitas e o EBITDA, mas a penalizarem as contas financeiras. A Smith Barney espera que a eléctrica anuncie uma redução de 2 mil postos de trabalho.

02 de Setembro de 2003 às 15:25
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Os lucros da Electricidade de Portugal deverão apresentar uma queda de 3,51%, face ao período homólogo do ano anterior, ainda que as novas consolidações impulsionem as receitas.

A Smith Barney espera que a EDP [EDP] anuncie, quinta-feira (na apresentação aos analistas), uma redução de 2 mil postos de trabalho.

Segundo uma média resultante da «poll» de oito analistas contactados pelo Negocios.pt, a eléctrica nacional deverá ter alcançado, nos primeiros seis meses deste ano, lucros de 222,89 milhões de euros.

Neste período, a EDP deverá ter registado uma subida de 10% nas receitas para os 3,370 mil milhões de euros, face aos 3.064 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2002.

Os resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) deverão ter ficado nos 877,51 milhões de euros, de acordo com a média dos analistas que acompanham o sector ou seja, mais 17,6% do que no primeiro semestre de 2002.

Novas consolidações impulsionam receitas e EBITDA mas …

Tanto os montantes das receitas e o EBITDA da EDP, neste primeiro semestre, não podem ser directamente comparáveis com os valores apresentados nos primeiros seis meses de 2002.

A eléctrica, neste semestre, consolida seis meses da actividade da participada espanhola HidroCantábrico, contra um mês de contabilização em 2002, explicaram os analistas ao Negocios.pt.

Também, neste período, a eléctrica vai ter um maior contributo das actividades no Brasil, que passou a consolidar a totalidade das operações da Escelsa e Enersul.

Ainda assim, Margarida Fialho, analista do Santander de Negócios afirmou ao Negocios.pt que estima que, «no segundo trimestre, a EDP terá registado uma quebra nas vendas face ao trimestre anterior, devido à desaceleração do consumo em Portugal e no Brasil».

…. penalizam lucro líquido

Apesar da componente operacional apresentar melhorias neste semestre, os resultados financeiros vão prejudicar o comportamento dos lucros líquidos.

A EDP deverá apresentar um incremento no endividamento com as aquisições em Espanha e maior dívida com o reforço da consolidação das actividades do Brasil que, vão ter reflexos, no valor final dos lucros.

Ao contrário de trimestres anterior, a EDP deverá beneficiar com a valorização do real. James Harrison, analista da Lisbon Brokers estima que «o ganho cambial atinja os 20 milhões de euros».

Segundo a Smith Barney, a dívida da EDP deve crescer de 6,5 para 7,7 mil milhões de euros, mas ficar em linha com o obtido no final de Março deste ano.

EDP deve apresentar novo programa de corte de custos

Na antevisão aos resultados da EDP, a Smith Barney prevê que João Talone, presidente executivo da EDP, na reunião com analistas na próxima quinta-feira, anuncie um novo programa de corte de custos, com a supressão de mais 2 mil postos de trabalho na EDP Distribuição.

Este plano deve surgir em resposta à aprovação, por parte da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, da repercussão de custos de reestruturação, de 2003 e 2004, nas tarifas eléctricas em 2005.

Para o banco de investimento, este plano representa um valor de 0,12 euros a cada acção da eléctrica, pelo que a 27 de Agosto o Smith Barney elevou o preço alvo da EDP de 2 para 2,10 euros. A recomendação para os títulos é de «in-line, médio risco».

Telecomunicações em linha com 2002

«As operações de telecomunicações da EDP deverão apresentar uma trajectória mais saudável», revelou o analista da Lisbon Brokers.

Esta casa de investimento prevê um crescimento das receitas da ONI, operadora de telecomunicações fixas da EDP, na ordem dos 10%, em linha com o primeiro semestre de 2002.

Esta actividade tem vindo a prejudicar os resultados da eléctrica.

As acções da EDP cotavam inalteradas nos 2,01 euros. A empresa anuncia amanhã os resultados do primeiro semestre, depois do fecho da sessão.

Por Bárbara Leite

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