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Empresas Familiares: "O preço que vamos pagar pelo GES é demasiado grande para ficarmos sentados e não fazermos nada"

O presidente da Associação de Empresas Familiares defendeu que é necessário tomar medidas para evitar novos casos como a queda do Grupo Espírito Santo.

14 de Janeiro de 2015 às 20:00
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"O preço que vamos pagar [pela queda] do Grupo Espírito Santo (GES) é demasiado grande para ficarmos sentados e não fazermos nada". É deste modo que o presidente da Associação de Empresas Familiares (AEF), Peter Villax, reage ao cenário.

 

Situações como as que foram surgindo no GES desde meados de 2014 levam a AEF a pedir a adopção de medidas que visem evitar repetições num futuro mais ou menos próximo.

 

A agenda para 2015 prevê a identificação precisa do universo das empresas familiares (através da sua identificação nas declarações de IRC, por exemplo) e a adopção mais generalizada do protocolo familiar, que gere as relações entre os seus membros.

 

Para Villax, as estruturas do modelo familiar do GES "foram incapazes" de impedir a sua queda, não conseguindo "monitorar o poder da administração". O responsável recorda que apenas um dos cinco ramos da família Espírito Santo – o liderado por José Manuel Espírito Santo – detinha um protocolo familiar.

 

"Foi o fim de uma empresa familiar, com um impacto reputacional muitíssimo elevado", acrescentou esta quarta-feira, 15 de Janeiro, durante uma conferência em Lisboa.

 

 

Profissionalização apontado como o caminho

Um estudo recente da PwC revela que 40% dos seus inquiridos considera que a profissionalização é um desafio central para as empresas familiares. Em todo o mundo, 90% do Produto Interno Bruto é detido por esta tipologia empresarial.

 

Nesse processo, será preciso ter em conta um equilíbrio entre as necessidades do negócio e das famílias que os lideram, consideraram os vários especialistas reunidos no evento. A polémica questão da sucessão deverá ser equacionada sempre a longo prazo.

 

O acesso de informação das empresas ao mercado e "stakeholders" deverá ser outro dos aspectos a considerar para o crescimento das empresas familiares, facilitando inclusive a sua introdução numa economia digital e cada vez mais global.

 

A posição é também defendida pelo secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias, que recorda que as empresas familiares vão além das PME. Sonae, Jerónimo Martins ou Salvador Caetano foram exemplos dados ao auditório.

 

Se as empresas familiares "apresentam uma dimensão humana do negócio", correm também um "enorme risco". Tal dependerá do seu modelo de governança, alertando o secretário de Estado que as falhas dos mesmos estão "nos pequenos detalhes e factores menosprezados".

 

"A prática e o testemunho é o que diferencia uma grande empresa", reforçou. Para além do estabelecimento de regras na tomada de decisão, Leonardo Mathias acrescenta que só uma estrutura de comunicação robusta, assente na "transparência", poderá ditar o sucesso das mesmas.

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