A EDP recuou no objectivo de cotar em bolsa o negócio das energias renováveis até 2008. A dispersão do capital da participada NEO ainda é uma hipótese, mas António Mexia veio ontem garantir que "isso nunca acontecerá antes do próximo ano".

O anúncio da intenção de realização uma OPV (oferta pública de aquisição) das renováveis foi feito pelo CEO da EDP em Julho de 2006, após a apresentação das linhas gerais do plano estratégico para o próximo triénio, em Londres.

"Precisamos de liquidez e de atrair pequenos promotores sem capacidade de investimento para este negócio, de modo a melhorar a estrutura financeira da empresa", justificava então António Mexia.

Na mesma altura, Ana Maria Fernandes, administradora com o pelouro das renováveis, admitia que o IPO iria acontecer bastante antes de 2008, ano em que termina o mandato deste conselho de administração.

A recente aquisição da norte-americana Horizon veio, no entanto, adiar este objectivo de ter as renováveis cotadas em 2008. Isto porque a EDP quer ter os activos desta empresa já reflectidos e o fecho da operação ainda nem aconteceu.

A Iberdrola anunciou esta semana que vai colocar em bolsa 20% do capital social da sua unidade de energias renováveis, a Iberenova, no último trimestre de 2007. Em reacção, o presidente da EDP, citado num "research" da Lehman Brothers, veio ontem declarar que a dispersão em bolsa é algo ainda a ser considerado, mas que nunca irá acontecer antes do próximo ano.

Segundo a casa de investimento norte-americana, António Mexia afirmou também que o corte de custos na EDP está na sua agenda. Dos 150 milhões de euros de redução de custos previstos para este ano, o CEO da eléctrica revelou já ter cumprido 72% do objectivo. A apresentação realizada pela ontem EDP, impulsionou os títulos da eléctrica na bolsa. As acções chegaram a subir mais de 3% e fecharam a ganhar 1,18% para 4,27 euros.