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EDP vai vender participações financeiras no valor de 700 milhões para reduzir dívida (act)

A Electricidade de Portugal vai alienar participações financeiras no valor de 700 milhões de euros, entre as quais os 3% na Iberdrola e uma parte da participação na REN, com o encaixe a ser utilizado na redução em 10% da dívida.

04 de Setembro de 2003 às 13:46
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A Electricidade de Portugal vai alienar participações financeiras no valor de 700 milhões de euros, entre as quais os 3% na Iberdrola e uma parte da participação na REN, com o encaixe a ser utilizado na redução em 10% da dívida.

A EDP prevê alienar, ainda este ano, a totalidade da posição que detém na eléctrica espanhola, adiantou João Talone, presidente executivo, em conferência de imprensa.

A posição de 3% na eléctrica espanhola está a avaliada, a preços de hoje, em cerca de 409 milhões de euros. Neste primeiro semestre, a eléctrica nacional encaixou 18,6 milhões de euros com dividendos da Iberdrola, empresa espanhola que que detém 5% do capital da EDP.

Na Rede Eléctrica Nacional, onde detém 30% do capital, a empresa «terá uma posição bastante reduzida, face à posição actual», disse o CEO da EDP, sem especificar valores.

A EDP comprou estes 30% na REN por 236 milhões de euros.

As eléctricas em Espanha foram obrigadas a reduzir a sua posição nas transportadoras de energia, no âmbito da liberalização do sector.

A REN vai juntar-se à Transgás a fim de criar uma única empresa de transporte de energia em Portugal que deverá ser cotada na segunda metade do próximo ano.

A concretização da remuneração dos activos da REN, com a eventual venda de terrenos será fundamental para a eléctrica quando a primeira for para a Bolsa e remunerar os investimentos do grupo EDP, sublinhou Talone.

Objectivo de reduzir dívida em 10%

Esta venda de activos será utilizada na redução de dívida em 10%, sendo que grande parte destas medidas serão realizadas este ano, adiantou Talone.

No final do primeiro semestre, a dívida líquida da EDP ascendia a 7,86 mil milhões de euros.

A dívida financeira da EDP aumentou 999 milhões de euros, incluindo os 783 milhões de euros pagos à ENBW para a aquisição dos 40% na HidroCantábrico e a compa de 357,4 milhões de euros de títulos de dívida da Escelsa.

A ONI e as subsidiárias brasileiras representavam 16% da dívida da empresa.

EDP admite reduzir na ONI e na Edinfor

Rui Horta e Costa, administrador financeiro da EDP, admitiu ao Negocios.pt que a posição na ONI poderá também ser reduzida. Mas esta eventual diminuição não está incluída no encaixe previsto de 700 milhões de euros.

Apesar de não constar neste valor global, a EDP admite diminuir a sua presença na Edinfor, a empresa para o sector das novas tecnologias do grupo.

«Na ONI, a EDP sempre se posicionou como uma oportunidade de alavancar recursos. Pedimos à ONI para ir mais fundo na especialização de áreas de negócio para ser alternativa à Portugal Telecom», disse Talone. A gestão da eléctrica quer que todas as áreas de negócio sejam rentáveis.

A ONI que registou, pela primeira vez, EBITDA positivo no segundo trimestre do ano, é detida em 22,8% pelo Banco Comercial Português (BCP), em 17% pela Brisa e 4,2% pela Galp Energia.

«Não prevejo a possibilidade sequer de vir a sair da Edinfor», declarou Talone, que, em seguida, avançou que «não somos especialistas nesta área e nem os gestores mais indicados para todo o desenvolvimento da empresa».

Neste âmbito, e ainda sem modelo definido, Rui Horta e Costa coloca a hipótese do grupo consolidar a Edinfor com outra congénere no sector e, passar a deter uma posição mais reduzida.

A Edinfor registou receitas de 95,1 milhões de euros, o que representa uma quebra de 16,3% face ao semestre homólogo.

A EDP vai também alienar activos imobiliários, estando de momento a proceder à listagem de todo o parque imobiliário do grupo.

As acções da EDP cotavam nos 1,97 euros, a cair 1,01% e as acções da Iberdrola 0,26% para 15,21 euros.

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