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Dona da Conforama afunda 60% após descoberta de irregularidades contabilísticas
O presidente executivo do grupo Steinhoff demitiu-se esta quarta-feira depois de divulgadas irregularidades que exigem investigação adicional. A PwC vai agora fazer uma auditoria. A republicação de contas de anos anteriores é uma hipótese.
"O conselho de supervisão da Steinhoff informa os seus accionistas que teve acesso a nova informação que se relaciona com irregularidades contabilísticas que exigem investigação adicional".
A frase consta de um comunicado divulgado esta quarta-feira, 6 de Dezembro, pelo grupo de retalho que foi criado na África do Sul e que tem a sede na Holanda. Segundo a informação transmitida pelo grupo, a PwC vai agora seguir uma "investigação independente". As acções estão a cair em força.
Não são dados mais pormenores sobre a operação, mas já há uma decisão: o presidente executivo da dona da Conforama saiu de funções: "Markus Jooste, CEO da Steinhoff, apresentou a sua demissão com efeitos imediatos, que foi aceite pelo conselho de administração". O actual presidente da administração, Christo Wiese, vai assumir funções executivas interinamente no grupo que tem presença em países como Austrália, Reino Unido ou Sérvia.
Estava previsto que esta quarta-feira fossem divulgados os resultados relativos ao ano fiscal de 2017 (terminado em Setembro), mas sem serem auditados. "Em paralelo com os resultados financeiros consolidados do grupo para o ano terminado a 30 de Setembro de 2017, o conselho de supervisão e os auditores do grupo ainda não finalizaram a sua avaliação sobre determinadas matérias e circunstâncias, a maioria das quais levantadas por uma investigação criminal e fiscal na Alemanha", assinalava o comunicado emitido no início da semana.
Nesse comunicado de segunda-feira, a intenção da empresa – que tem detém as lojas de roupa Pep – era que os resultados auditados fossem divulgados até 31 de Janeiro de 2018. Na nota de hoje, a retalhista sublinha que irá fazê-lo quando estiver em condições. Aí, é igualmente aberta a porta para que os resultados financeiros dos anos anteriores tenham de ser rectificados.
A notícia está a ter uma forte influência nas acções da Steinhoff, cotadas em Joanesburgo. Na bolsa, as acções afundaram 61,53% para 17,56 rand sul-africano, uma quebra recorde. A empresa está também cotada na Alemanha.