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Complexidade contabilística da Oleocom adia assembleia de credores

A Assembleia de credores da maior importadora nacional de cereais teve que ser adiada devido à "complexidade" da contabilidade da empresa, o que levou o administrador de insolvência a requerer a intervenção de gabinete de auditoria.

03 de Julho de 2009 às 10:38
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A Assembleia de credores da maior importadora nacional de cereais teve que ser adiada devido à “complexidade” da contabilidade da empresa, o que levou o administrador de insolvência a requerer a intervenção de gabinete de auditoria, explica fonte do Tribunal da Lourinhã, onde decorre o processo.

A Assembleia de credores, que estava agendada para dia 25 de Junho, deverá agora realizar-se a 21 de Julho.

A Oleocom, um dos maiores “traders” de cereais do país, foi declarada insolvente no dia 8 de Maio, a pedido da empresa Silos de Leixões, que reclama um dívida na ordem dos 250 mil euros.

O primeiro apuramento feito pelos tribunais apontava para dívidas no montante de 30 milhões de euros, as quais ascendiam já a 150 milhões no início de Junho, de acordo com um levantamento provisório feito pelo gestor de insolvência. Entre os principais credores estão vários bancos nacionais. Só o Millennium bcp reclama mais de 50 milhões de euros, aos quais se somam também pedidos do Finibanco (11,5 milhões), BES (11 milhões), CGD e BPN (nove milhões cada) e Banif (sete milhões).

Na sua qualidade de maior credor, o Millennium bcp foi entretanto nomeado para presidir à comissão de credores.

A Oleocom, detida por cinco empresários, terá sido “vítima” da volatilidade do preço das matérias primas, que resultou na depreciação dos investimentos realizados em transacções feitas no mercado de futuros de Chicago. Este facto, somado à falta de liquidez na banca no âmbito da crise financeira, terá feito com que a empresa não conseguisse contrair mais empréstimos para tentar recuperar as apostas perdidas.

O caso tornou-se público quando, no final de Março, Ramiro Raimundo, ex-presidente do conselho de administração da empresa, apresentou a sua demissão.

Ramiro Raimundo é um dos cinco accionistas da Oleocom, detida a mais de 50% por António José Santos e José António Santos, os dois irmãos gémeos que controlam também o grupo Valouro.

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