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CEO dos CTT: Crise política "é indesejada", mas é "mitigada" com aprovação do OE

João Bento acredita que o atual cenário de dissolução do parlamento e eleições antecipadas "afeta a credibilidade do país". Ainda assim, as contas dos Correios não deverão ser impactadas.

O CEO dos CTT, João Bento, assinou um convénio sobre preços.
Hugo Rainho
10 de Novembro de 2023 às 10:45
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O presidente executivo dos CTT, João Bento, acredita que "sobre os impactos na economia, [a atual crise política] é uma perturbação indesejada e inesperada", que "vai afetar a credibilidade do país".

Apesar disso, o gestor acredita que o efeito é "mitigado com a aprovação do Orçamento do Estado (OE)". "Isso mitiga as consequências", disse.

"Fica resolvida uma das principais preocupações que é a aprovaçãodo Orçamento, com o entendimento de todos de que vai haver um orçamento aprovado na medida em que há maioria parlamentar e também o entendimento que ninguém discute de que se for necessário haver um novo orçamento com um novo governo isso também acontecerá. Isso mitiga as consequências, mas naturalmente que é melhor que haja estabilidade", adiantou.

No entender do CEO dos CTT, "isto afeta um bocadinho a credibilidade do país e a forma como os investidores internacionais olham para Portugal". Apesar disso, esclareceu, não houve ainda contactos com os CTT por parte de investidores ou dúvidas geradas pela atual situação política. 

No que toca aos CTT, João Bento adiantou que a dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições legislativas antecipadas poderá ter um efeito idêntico a outros setores. "Fica mais incerteza económica e se houver arrefecimento da atividade sofreremos como outros agentes económicos, mas não estamos particularmente preocupados", explicou num encontro com jornalistas.

Quanto ao impacto nas contas da empresa em 2023, João Bento também não antecipa uma degradação dos resultados por via do efeito político e de um eventual arrefecimento da atividade económica. 

"Este ano havia uma grande incerteza quando ao que deria o percurso da dívida pública" e, explicou o gestor, apesar de ter havido alterações aos certificados de aforro - na remuneração dos novos títulos e no montante máximo de subscrição - no segundo trimestre a administração dos CTT optou por reforçar o guidance para o ano, para mais de 80 milhões.

Na semana passada, no momento de apresentação de contas relativas ao terceiro trimestre, os CTT voltaram a aumentar a previsão de resultados em 2023, antecipando que os Correios iriam "fazer igual ou superior a 85 milhões de euros".

"Elevámos o guidance duas vezes", explicou, adiantando que "perto do fim do ano, mesmo que haja alguma perturbação, não é de crer que o impacto [nas contas] seja muito significativo".


Segundo João Bento, "para os resultados do ano não é de crer que haja alterações". Quanto a 2024, o gestor não se mostra pessimista e recorda o facto de a atual administração ter já sido confrontada com uma pandemia e a guerra na Ucrânia e o aumento da inflação ao mesmo tempo que tentavam implementar um processo de transformação dos CTT, tendo conseguido aumentar o valor das receitas arrecadadas. 

"Temos dado mostras de que somos capazes de reagir e a nota que quero dar é uma nota de confiança", concluiu.

Os CTT - Correios de Portugal fecharam os primeiros nove meses do ano com lucros de 35,5 milhões de euros, ou seja, mais 25,5%, ou mais 7,2 milhões de euros, do que em igual período do ano passado.

Os rendimentos operacionais até setembro atingiram 715,4 milhões de euros, traduzindo uma subida de 7,9% (ou de 52,6 milhões de euros), "refletindo crescimento de todas as áreas de negócio, exceto a do Correio e outros".

Já o segmento Expresso e Encomendas viu os rendimentos operacionais aumentarem 22,2% em termos homólogos, enquanto os do Banco CTT cresceram 20,1% e os dos Serviços Financeiros e Retalho 38,6%. Já a área de Correio e Outros teve um desempenho diferente, registando uma quebra de 6,5%.


(notícia atualizada às 11h51)
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