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CBI diz recursos da Caixa Central impedem quebra do banco; aceita OPA
O Conselho de Administração do CBI considera oportuna a OPA e sublinha que a oferente Caixa Central do Crédito Agrícola Mútuo tem sido, quase a única fonte recursos do banco e isso impediu uma quebra na actividade da instituição.
A Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo anunciou uma oferta pública de aquisição sobre as acções que ainda não controla no Central - Banco de Investimento, oferecendo 1 euro por cada título.
A CCCAM diz que, directa e indirectamente, detém 67,53% do capital do CBI, pelo que o esforço financeiro para chegar aos 100% será de 4,28 milhões de euros.
No relatório sobre a oferta, a administração do CBI refere que «a partir de 2001, a oferente tem constituído a principal e, recentemente, quase única, fonte de recursos do CBI», tendo em conta os elevados prejuízos apurados pelo banco, ocorrendo uma «clara insuficiência de capitais próprios».
O CA acrescente que este «apoio impediu que se registasse uma quebra na actividade bancária desenvolvida pelo CBI, a qual teria graves consequências ao nível dos seus clientes e do mercado financeiro português».
Em 2002, o banco registou uma situação líquida de 1,7 milhões de euros, valor baixo do mínimo de fundos próprios legalmente fixado. Neste semestre, o grupo atingiu prejuízos de 2,564 milhões de euros, com a degradação da situação líquida para os 859 mil euros negativos.
Posto isto, a administração do CBI «manifesta-se favoravelmente sobre a oportunidade e necessidade da OPA», e «não tem nada a opor ao objectivo de aquisição potestativa».
Uma empresa acciona o mecanismo de aquisição potestativa quando passa a deter mais de 90% do capital. Após esta aquisição, a oferente poderá retirar o CBI de cotação da Bolsa nacional.
A Caixa Central propõe-se a adquirir o capital que ainda não detém no banco por 13,5 milhões ou um euro por acção. Na Bolsa, a cotação média do CBI, nos últimos seis meses, atingiu os 0,9684 euros, pelo que a contrapartida incorpora um prémio para os accionistas do banco.
«Face ao exposto, o Conselho considera que o preço proposto pela oferente incorpora um prémio muito significativo, atendendo às actuais debilidade financeiras e de solvabilidade do CBI», acrescenta o relatório.
A última cotação do CBI atingiu os 0,95 euros, não tendo negociado hoje nenhum acção.