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Carlyle avança na venda de 60% da Logoplaste e pode duplicar investimento em cinco anos

Os interessados na Logoplaste vão submeter as ofertas finais ainda este mês, num negócio que avalia a companhia portuguesa em 1,4 mil milhões de euros e que pode possibilitar à Carlyle mais do que duplicar o investimento de cerca de 400 milhões de euros efetuado há cinco anos.

Marcel de Botton (ao centro) criou a Logoplaste, que o filho Filipe de Botton e o sócio Alexandre Relvas transformaram numa multinacional
15 de Fevereiro de 2021 às 20:35
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A Carlyle já definiu os dois fundos de private equity melhor posicionados para comprar a posição de 60% que controla na empresa portuguesa Logoplaste e que colocou no mercado no ano passado.

 

De acordo com uma notícia da Reuters desta segunda-feira, a BC Partners e a Apax estão na "shortlist" da Carlyle, sendo que o Ontario Teachers’ Pension Plan e o Stonepeak Infrastructure Partners permanecem ainda na corrida. 

A agência de notícias dá conta que as propostas finais devem ser apresentadas até final do mês, num negócio que deverá avaliar a Logoplaste em cerca de 1,4 mil milhões de euros.

 

A notícia que a Carlyle pretendia vender a sua posição de controlo na firma portuguesa de fabrico de embalagens plásticas foi avançada pela Bloomberg em agosto, que dava conta duma avaliação acima de mil milhões de euros e admitia que em cima da mesa estavam ainda outras alternativas.

 

Segundo a Reuters, que cita fontes próximas do negócio, a operação de venda está agora numa fase mais avançada. A avaliação de 1,4 mil milhões de euros pressupõe um múltiplo entre 10 a 12 vezes o EBITDA de 120 milhões de euros estimado para o exercício de 2020.

 

Duplicar o investimento em cinco anos

Caso concretize a venda por valores na ordem dos 1,4 mil milhões de euros para 100% da Logoplaste, a Carlyle encaixará cerca de 840 milhões de euros nesta saída do capital da empresa portuguesa.

 

Desta forma, conseguirá mais do que duplicar o investimento efetuado há cinco anos na empresa que fabrica embalagens de produtos como champôs, refrigerantes e manteigas. A Carlyle entrou no capital da Logoplaste em 2016, num negócio que avaliou a firma portuguesa em 660 milhões de euros, pelo que o investimento terá ficado em redor dos 400 milhões de euros. A família de Filipe de Botton e Alexandre Relvas detêm o restante capital.

 

Fundada em 1976 por Marcel de Botton, a Logoplaste faturou mais de 500 milhões de euros em 2019, através das 63 fábricas detidas em 16 países, onde emprega mais de 2.300 trabalhadores. A empresa liderada por Filipe de Botton (é o presidente do conselho de administração) tinha no ano passado 36 clientes, entre eles alguns dos maiores fabricantes de produtos de consumo do mundo, como a Kraft, Procter & Gamble e a Diageo.

 

O último grande investimento da marca nacional, que ascendeu a cerca de 170 milhões de euros, foi realizado na construção da maior fábrica de embalagens do mundo em West Virginia, nos Estados Unidos, criada em parceria com a Proter & Gamble.

 

Numa entrevista ao Negócios, em 2019, Filipe de Botton já antecipava a saída da Carlyle. "Como sabe, os fundos de private equity ficam tipicamente 4 ou 5 anos nas empresas. Esta é uma parceria que está a correr muito bem, está a dar bons frutos. Calculo que dentro de dois ou três anos a Carlyle saia da Logoplaste", disse Botton na entrevista.

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