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Logoplaste vendida a fundo de pensões dos professores do Canadá

Está fechado um dos maiores negócios do ano a envolver empresas portuguesas. A Carlyle já chegou a acordo para vender a sua posição maioritária na Logoplaste ao Ontario Teachers’ Pension Plan (OTPP), num negócio que avalia a fabricante de plásticos em 1,4 mil milhões de euros.

Marcel de Botton (ao centro) criou a Logoplaste, que o filho Filipe de Botton e o sócio Alexandre Relvas transformaram numa multinacional
26 de Fevereiro de 2021 às 08:51
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A Carlyle chegou a acordo para vender a sua posição de 60% no capital da portuguesa Logoplaste ao Ontario Teachers’ Pension Plan (OTPP), um fundo de pensões dos professores do Canadá que é um dos maiores investidores privados em todo o mundo.

 

A notícia está a ser avançada pela Bloomberg, que cita um comunicado com a confirmação do negócio que já ontem tinha noticiado que estava em vias de ser concretizado.

 

Segundo a agência de notícias, os termos do negócio não foram revelados. Contudo, citando fontes próximas da operaçãoa Bloomberg avança que a transação avalia a Logoplaste em 1,4 mil milhões de euros (enterprise value, ou seja, incluíndo dívida). Se forem estes os valores finais, a Carlyle mais do que duplica o investimento de cerca de 400 milhões de euros efetuado há cinco anos.

 

Ainda segundo o comunicado, a família de Filipe de Botton e Alexandre Relvas permanecem com os restantes 40% do capital da firma portuguesa de fabrico de embalagens plásticas.

A Bloomberg dá conta que nesta operação a Logoplaste foi assessorada pelo Barclays Bank, Goldman Sachs International e Linklaters, enquanto a Vieira de Almeida & Associados assessorou Botton e Alexandre Relvas. O Credit Suisse International trabalhou com o OTPP.

 

O fundo de pensões dos professores do Canadá conseguiu assim superar o interesse de outros grandes fundos internacionais que também estavam na corrida pela Logoplaste, como era o caso da BC Partners, Apax o Stonepeak Infrastructure Partners.

 

A notícia de que a Carlyle pretendia vender a sua posição de controlo na firma portuguesa de fabrico de embalagens plásticas foi avançada pela Bloomberg em agosto, que referia uma avaliação acima de mil milhões de euros e admitia que em cima da mesa estavam ainda outras alternativas.

 

A Carlyle entrou no capital da Logoplaste em 2016, num negócio que avaliou a firma portuguesa em 660 milhões de euros, pelo que o investimento terá ficado em redor dos 400 milhões de euros. Agora a venda terá sido efetuada por 840 milhões de euros, tendo em conta a avaliação de referência de 1,4 mil milhões de euros.

 

Fundada em 1976 por Marcel de Botton, a Logoplaste faturou mais de 500 milhões de euros em 2019, através das 63 fábricas detidas em 16 países, onde emprega mais de 2.300 trabalhadores. A empresa liderada por Filipe de Botton (é o presidente do conselho de administração) tinha no ano passado 36 clientes, entre eles alguns dos maiores fabricantes de produtos de consumo do mundo, como a Kraft, Procter & Gamble e a Diageo.

 

O último grande investimento da marca nacional, que ascendeu a cerca de 170 milhões de euros, foi realizado na construção da maior fábrica de embalagens do mundo em West Virginia, nos Estados Unidos, criada em parceria com a Proter & Gamble.

 

Numa entrevista ao Negócios, em 2019, Filipe de Botton já antecipava a saída da Carlyle. "Como sabe, os fundos de private equity ficam tipicamente 4 ou 5 anos nas empresas. Esta é uma parceria que está a correr muito bem, está a dar bons frutos. Calculo que dentro de dois ou três anos a Carlyle saia da Logoplaste", disse Botton na entrevista.

 

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