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Candidato a chairman do Montepio em risco

Francisco Fonseca da Silva foi indicado para chairman do banco Montepio, mas arrisca-se a não ter luz verde do Banco de Portugal para ocupar o lugar. Em causa está o facto de as empresas do gestor acumularem empréstimos no valor de 2,2 milhões de euros junto do banco, diz o jornal Público.

A Caixa Económica Montepio Geral passou a poder ter accionistas. Recebeu, em Junho, 250 milhões da mutualista para ter tempo para negociar a possibilidade. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa fechou um memorando para investir em até 10% do capital. Falta cumprir.
23 de Fevereiro de 2018 às 09:28
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Francisco Fonseca da Silva, nome indicado pelo Montepio para a liderança da Caixa Económica (CEMG), poderá não chegar a ocupar o cargo. Segundo escreve o Publico na edição desta sexta-feira, 23 de Fevereiro, o facto de o empresário ter vários créditos junto do banco configura uma situação de conflito de interesses que o Banco de Portugal poderá considerar insanável.

Segundo o jornal Público, Francisco Fonseca da Silva, empresário e até aqui membro do conselho geral e de supervisão da CEMG, acumula créditos na ordem dos 2,2 milhões de euros junto da instituição financeira, uma situação que o impedirá de assumir o cargo de presidente da administração do banco.

Em causa está o artigo 85.º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), que dispõe que as instituições não podem conceder crédito a membros dos seus órgãos de administração nem a sociedades por eles dominados.

Se Francisco Fonseca da Silva, dono da Food4Kings, que em Portugal explora a cadeia Burger King, não apresentar uma solução para sanar os empréstimos, o Banco de Portugal não poderá confirmar o seu registo de idoneidade, diz o Público.

Oficialmente, o Banco de Portugal diz que ainda não tomou qualquer decisão, mas o Público escreve que o regulador colocou, por ora, a bola do lado do gestor, na expectativa de que ele resolva o conflito de interessas através do pagamento dos empréstimos, da sua transferência para outro banco ou da venda das participações sociais nas empresas.

Dada a vastidão da rede empresarial do gestor, nenhuma das soluções parece fácil. Francisco Fonseca da Silva é sócio e gerente de sociedades como a Cardinal Astrato, a imobiliária Symmetrical Courtesy, a Keith imobiliária, a Bynd-Business Engine, a Seed Fortune, a Bluterras e a Sculpting Number, todas credoras do Montepio.

 

O caso de Francisco Fonseca da Silva é mais uma polémica no atribulado processo de mudança de cadeiras na instituição financeira.

Ainda esta quinta-feira o Negócios avançava um outro caso, envolvendo o candidato a presidente executivo. Nuno Mota Pinto terá tido uma dívida de 80 mil euros ao BES, pela qual esteve na lista de devedores do Banco de Portugal até 12 de Dezembro. Apesar de a dívida já estar saldada, o Público adianta que o seu nome continua a ser sensível dentro do Banco de Portugal, pelo facto de Nuno Mota Pinto ser irmão de Alexandre Mota Pinto, advogado de Tomás Correia e dos restantes gestores que mantêm um contencioso com o regulador.

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