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Bruxelas dá ok a compra da Liberty pela Generali
A dona da Tranquilidade acordou a aquisição da Liberty Seguros que gere as operações da seguradora norte-americana na Europa, incluindo em Portugal, Espanha, República da Irlanda e Irlanda do Norte, por 2,3 mil milhões de euros.
A Comissão Europeia deu “luz verde” na quinta-feira à compra da Liberty Seguros pela Generali, gigante italiano do setor segurador que detém em Portugal a Tranquilidade.
Bruxelas considerou que a operação não levanta problemas de concorrência, abrindo caminho à conclusão da operação avaliada em 2,3 mil milhões de euros.
A Generali, fundada em Trieste há quase dois séculos, mais concretamente em 1831, comprou em 2020 a Seguradoras Unidas, que inclui a Tranquilidade, a Açoreana, a Logo e a Europ Assistance, e a prestadora de serviços de saúde AdvanceCare por 600 milhões de euros.
Em junho do ano passado, a Generali anunciou o acordo com a norte-americana Liberty para comprar a operação europeia de seguros, que tem atividade em Portugal, Espanha e Irlanda.
O grupo norte-americano referiu então que com a alienação poderia concentrar-se nas outras áreas de negócios na Europa: Liberty Specialty Markets, Liberty Mutual Reinsurance, Liberty Mutual Surety, Liberty IT e Hughes Insurance.
“Esta decisão ajuda a Liberty Mutual a direcionar o nosso foco operacional para a entrega de valor nos nossos canais, produtos e mercados”, disse o CEO da Liberty Mutual, Tim Sweeney.
Tranquilidade aposta na consolidação como n.º2
Na altura do anúncio do acordo para a compra da Liberty Seguros, o CEO da Tranquilidade, Pedro Carvalho, disse ao Negócios que a aquisição deveria permitir à Tranquilidade um crescimento em torno dos 20% no que respeita a produção e volume de prémios, reforçando também a quota de mercado e consolidando o segundo lugar no mercado nacional.
“Temos uma quota em ramos reais de aproximadamente de 19% e passamos para 22%”, estimava o presidente executivo - para quem a operação “significa um reforço da aposta do grupo Generali em Portugal”.
Segundo a Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões (ASF), a quota da Generali no ramo não vida, é de 18,6%, enquanto a Fidelidade tem 28,9%. A terceira posição é ocupada pela Ageas, com 13,3%.
“Aproximamo-nos da Fidelidade, que é líder incontestada do mercado há muitos anos. Sendo que num ou outro ramo – automóvel, acidentes de trabalho – até poderemos ser capazes de passar para número um, mas isso também pode ser provisório”, acrescentou.
Pedro Carvalho assinalou também que esta operação não deverá implicar cortes de pessoal significativos. A Liberty geria os três países – Portugal, Espanha e Irlanda – através de Espanha e por isso, “a haver [sobreposição], será muito menor do que numa consolidação doméstica tradicional”, justificou.