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Bolsas impróprias para cardíacos

A volatilidade continua a marcar os mercados accionistas. Às fortes quedas, têm-se seguido... fortes ganhos. Ontem, as praças mundiais dispararam. O sentimento positivo iniciou-se nos EUA e alastrou à generalidade das bolsas. A Europa liderou as valorizaç

25 de Janeiro de 2008 às 00:05
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A volatilidade continua a marcar os mercados accionistas. Às fortes quedas, têm-se seguido... fortes ganhos. Ontem, as praças mundiais dispararam. O sentimento positivo iniciou-se nos EUA e alastrou à generalidade das bolsas. A Europa liderou as valorizações e Lisboa não foi excepção. Será recuperação, ou uma mera correcção técnica? Os especialistas aguardam novos dados para retirar conclusões, mas esperam novos sustos.

"Tratou-se de uma recuperação técnica depois das fortes quedas que vivemos recentemente", afirmou um operador contactado pelo Jornal de Negócios. "As bolsas beneficiaram também do bom comportamento das praças americanas que na quarta-feira subiram depois de um conjunto de vários dias de quedas", acrescentou o mesmo especialista, que não quis ser identificado.

Ao fim de seis sessões consecutivas de quedas, Wall Street voltou a valorizar - com um plano para dar liquidez às seguradoras de emissões obrigacionistas - e deu o mote a novos ganhos nos mercados asiáticos. No Velho Continente, as bolsas viveram a maior subida desde 2003, com quatro dos principais índices a valorizar mais de 6%, animadas pelos títulos das seguradoras e do sector financeiro, um dos mais penalizados neste início de ano. O IBEX-35, o "benchmark" espanhol, que até ontem liderava as perdas anuais, registou a maior subida diária da sua história. Subiu 6,95%.

Lisboa não fugiu à chamada e encerrou o dia com um ganho, mais moderado, de 2,99%, o que correspondeu à maior valorização, em apenas um dia, desde a OPA (Oferta Pública de Aquisição) lançada à Portugal Telecom, em Fevereiro de 2006. No PSI-20, todas as cotadas encerraram a subir (ver rodapé) e a EDP foi o título que deu mais impulso ao índice. As acções da eléctrica liderada por António Mexia dispararam mais de 6% e aproximar-se dos 4,00 euros.

Investidores animados

Após um período de más notícias, a sessão de ontem acabou por trazer novidades que agradaram aos investidores. Da Ásia chegou uma subida de 11,2% no Produto Interno Bruto da China, que veio dar indicações de que este país, a segunda maior potência económica do mundo, poderá suportar o crescimento global face ao abrandamento, ou mesmo recessão, nos EUA.

Na maior economia europeia, a confiança dos empresários alemães subiu inesperadamente em Janeiro e recuperou de um mínimo de dois anos. Ao mesmo tempo, foram conhecidos resultados de várias empresas, que acabaram por superar as previsões do mercado. "Foram conhecidos resultados de empresas mais industriais que não desiludiram, depois dos maus resultados apresentados no sector da banca", salientou John dos Santos, em declarações ao Jornal de Negócios.

"Ainda vamos apanhar sustos"

Na sessão de ontem, os mercados accionistas ganharam novo fôlego mas a questão que se coloca neste momento é: recuperação à vista? "É natural num mercado "bear market" haver períodos de fortes quedas seguidas de recuperação". Falta "perceber se se trata apenas de uma recuperação ou se poderá ser já uma inversão da tendência. Vamos continuar a assistir a momentos de grande turbulência e por isso ainda é cedo para retirar alguma conclusão definitiva", afirmou um operador.

Karsten Sommer, operador do BCP, antevê novos períodos de instabilidade nos mercados accionistas. "A palavra-chave, neste momento, é volatilidade", afirma. "Acho que [a incerteza nas bolsas] não vai ficar por aqui. Ainda vamos ter vários dias de quedas, vamos apanhar vários sustos".

Nestes períodos, torna-se difícil prever movimentações das bolsas no curto-prazo. As valorizações de ontem podem mesmo transformar-se em novos momentos de fraqueza. "É difícil dizer se esta é uma tendência para manter", afirma John dos Santos. O especialista da Lisbon Brokers, considera que "temos poucos dados económicos para confirmar a dimensão da quebra no crescimento económico dos EUA".

A reunião da Reserva Federal afigura-se como o indicador mais relevante para os mercados, na próxima semana. "Vai ser muito importante e o mercado já espera um novo corte [depois da redução de emergência na terça-feira]".

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