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BCE com prejuízos pela primeira vez desde 2004. Banco de Portugal sem dividendos (outra vez)

Prejuízos do Banco Central Europeu ascenderam a 1,3 mil milhões de euros no ano passado, depois do "resultado zero" em 2022. Pelo segundo ano consecutivo, não haverá distribuição de dividendos pelos bancos centrais nacionais.

Inflação subjacente na Zona Euro, que tem estado na mira do BCE, teve uma variação média anual de 4,9%. Valor compara com 3,5% em 2022.
Wolfgang Rattay/Reuters
22 de Fevereiro de 2024 às 12:30
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O Banco Central Europeu (BCE) fechou 2023 com o pior resultado em quase duas décadas, apresentando um prejuízo na ordem dos 1,3 mil milhões de euros (contra resultado zero em 2022), pelo que não haverá lugar à distribuição de resultados pelos bancos centrais nacionais, em que se inclui o Banco de Portugal, o que acontece pelo segundo ano consecutivo.

Em comunicado, divulgado esta quinta-feira, a instituição liderada por Christine Lagarde indica que apresentou um prejuízo de 1.266 milhões de euros, "após a utilização do montante de 6,6 mil milhões de euros da provisão para riscos financeiros", que "permanecerá no balanço do BCE para compensação com lucros futuros".

"O prejuízo registado tem em conta a utilização total da provisão para riscos financeiros, no montante de 6.620 milhões de euros, que cobriu em parte as perdas incorridas durante o período", complementa o BCE que face das perdas, as primeiras desde 2004, confirma que "não se verificará uma distribuição de resultados pelos bancos centrais nacionais dos países da área do euro em 2023".

Em 2022, após registar um resultado nulo, o BCE não distribuiu lucros pelos bancos centrais nacionais da Zona Euro, o que aconteceu pela primeira vez desde 2007, pelo que este será o segundo ano consecutivo em que não o fará.

O prejuízo do BCE, "após quase duas décadas de lucros substanciais", reflete, segundo justifica o próprio banco, "a função e as necessárias medidas de política do Eurosistema no cumprimento do seu mandato primordial de manter a estabilidade de preços e não tem impacto na capacidade da instituição para conduzir uma política monetária eficaz". "A subida das taxas de juro diretoras do BCE, a fim de combater a inflação na área do euro, resultou num aumento dos gastos com juros referentes a passivos do BCE sujeitos a taxas de juro variáveis. Contudo, os rendimentos de juros dos ativos do BCE não aumentaram na mesma medida ou ao mesmo ritmo, dado que esses ativos têm sobretudo taxas de juro fixas e prazos longos", explica o BCE.

E, neste contexto, afigura-se, aliás, "provável que incorra em perdas nos próximos anos, mas projeta-se que posteriormente volte a registar lucros sustentados", diz o Banco Central Europeu, apontando, no entanto, que "a solidez financeira do BCE também é evidenciada pelo seu capital e pelas suas contas de reavaliação substanciais, que, em conjunto, ascendiam a 46 mil milhões de euros no final de 2023".

Assim, garante, "em qualquer caso, o BCE pode funcionar de forma eficaz e cumprir o seu mandato primordial de manutenção da estabilidade de preços, independentemente de quaisquer perdas".
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