Cerca de mil milhões de dólares (749,25 milhões de euros) do dinheiro dos clientes britânicos da casa de investimento falida MF Global Holdings, continua bloqueado noutras instituições financeiras, cinco meses depois do colapso da corretora, de acordo com administradores da KPMG.

A consultora conseguiu colectar mais de 500 milhões de dólares a partir dessas contas até à data, segundo informações avançadas pela empresa e publicadas no seu website.

O valor em causa está relacionado com o dinheiro dos clientes que não foi separado dos fundos da própria instituição, o que está a dificultar a recuperação do mesmo.

A KPMG declarou que estava a providenciar acções para obter mil milhões de dólares de activos não segregados de “um pequeno número de instituições financeiras” que não identificou. A empresa ameaçou processar os bancos que não entregarem os fundos, de acordo com a Bloomberg.

A KPMG, nomeada para encerrar a unidade da corretora no Reino Unido após a empresa-mãe sedeada em Nova Iorque ter pedido insolvência em Outubro, planeia produzir declarações que definam as posições de conta de 75% dos clientes até 30 de Março.

A MF Global Holding entregou o pedido de insolvência ao tribunal de Manhattan em Outubro de 2011. A casa de investimento liderada por Jon Corzine, antigo co-administrador do Goldman Sachs e ex-governador do Estado de Nova Jersey, revelava uma situação financeira degradada há algum tempo e a gota de água terá sido a aposta, que se revelou ruinosa, em dívida pública de países do euro.

A casa de investimento norte-americana reportou uma dívida de 39,7 mil milhões de dólares (28,05 mil milhões de euros) e activos de 41 mil milhões de euros.

O pedido de insolvência seguiu-se à divulgação de prejuízos recorde no trimestre terminado em 25 de Outubro. O prejuízo da MF Global ascendeu a de 191,6 milhões de dólares e levou a Moody’s e a Fitch a cortarem o seu “rating” para uma notação de crédito de nível especulativo, “junk”, ou seja, “lixo”.