O banco polaco do grupo BCP voltou a fazer provisões para fazer face aos riscos legais dos créditos em francos suíços. Desta vez o Bank Millennium - detido em 50,1% pelo português BCP - colocou de lado 821 milhões de zlótis polacos (o equivalente a cerca de 175 milhões de euros, à taxa de câmbio atual), segundo comunicou ao mercado.

Além de ter feito novas provisões 484 milhões de zlótis polacos (103 milhões de euros), o banco alterou a metodologia de cálculo dos riscos relacionados com os empréstimos em francos suíços, tendo adotado uma abordagem mais conservadora para ter em consideração potenciais tendências negativas no futuro. Sob a nova fórmula, o banco fez provisões adicionais de 337 milhões de zlótis (72 milhões de euros).

Mesmo com as provisões, o Bank Millennium espera conseguir, no primeiro trimestre deste ano, resultados em linha com o final de 2022. Depois de vários trimestres com resultados negativos, o banco polaco conseguiu resultados líquidos de 249 milhões de zlótis (54 milhões de euros) no último trimestre do ano passado.

Apesar dos resultados positivos, no quarto trimestre os processos relacionados com produtos em moeda estrangeira ainda pesaram 617 milhões de zlótis (132 milhões de euros) nas contas do banco. Em causa está um problema relacionado com empréstimos em francos suíços concedidos pelo Bank Millennium em 2008.

A valorização da moeda helvética no mercado cambial provocou dificuldades aos titulares desses créditos e, em 2019, o Tribunal de Justiça Europeu determinou que os clientes tinham o direito de pedir a conversão dos empréstimos para a moeda local.

Em resultado, a instituição polaca detida pelo banco português - tal como vários outros bancos no país - tem vindo a constituir provisões de centenas de milhões de euros que têm, por sua vez, levado a resultados negativos. Esses resultados têm tido também reflexo negativo nas contas do BCP.

(Título corrigido às 19:35 para refletir a totalidade do montante)