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Antigo CFO da Wirecard acusado de fraude mais de três anos após colapso da fintech

Burkhard Ley, o antigo diretor-financeiro (CFO) da empresa, foi formalmente acusado, naquele que ficou conhecido como um dos maiores casos de fraude na Alemanha.

A prestadora de serviços financeiros e tecnológicos alemã caiu 17% desde os máximos de Janeiro, uma queda que o Goldman Sachs considera injustificada, tendo em conta que as perspectivas apontam para um crescimento médio anual acima de 20% nas receitas e nos lucros por acção da Wirecard.  O preço-alvo de 135 euros representa um potencial de subida de 51%.
14 de Dezembro de 2023 às 17:04
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Mais de três anos após o colapso da fintech alemã Wirecard, Burkhard Ley, o antigo diretor-financeiro (CFO) da empresa, foi formalmente acusado de fraude. 


Além de fraude, Ley, que foi CFO de 2006 a 2017, foi também acusado de manipulação de mercado e quebra de confiança. Em causa está o desaparecimento de 1,9 mil milhões de euros das contas da empresa, que no seu auge chegou a valer mais de 24 mil milhões de euros.

Os procuradores alemães alegam que Burkhard Ley enganou os investidores e credores da Wirecard ao inventar uma operação, localizada na Ásia, que seria responsável por metade das receitas da empresa e a quase totalidade dos lucros. Mas, afinal, não existia, tendo sido usada para inflacionar os resultados e o preço da ação, acreditam os procuradores alemães.

As acusações acontecem mais de um ano após o começo do julgamento de um outro caso que corre em paralelo e tem no centro o antigo CEO, Markus Braun, e outros dois antigos gestores. 

Burkhard Ley chegou a estar sob custódia policial durante quatro meses, em 2020, mas até à data ainda não tinha sido formalmente acusado.

"O nosso cliente não participou na atividade criminal que consta na acusação", afirmou a defesa de Ley num comunicado divulgado esta quinta-feira e citado pelo Financial Times. Os advogados do antigo CFO da Wirecard classificam de "altamente controversas" as evidências que suportam as queixas, dizendo que assentam em "declarações duvidosas" de outros arguidos.

De estrela ao colapso

A queda da fintech alemã começou com uma série de artigos do Financial Times que, no final de janeiro de 2019, deu conta de suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro na empresa.

Meses antes dos artigos virem a público, a fintech vivia um dos melhores momentos, tendo superado o gigante alemão Deutsche Bank em valor de mercado.

A estas suspeitas somaram-se outras, que se mostraram um golpe fatal para aquela que era apontada como uma das empresas mais promissoras do país: um buraco de 1,9 mil milhões de euros nas contas.

As suspeitas levaram o então diretor-executivo, Markus Braun, a demitir-se em junho de 2020, tendo dias depois sido detido por suspeitas de inflacionar artificialmente o balanço e as receitas da companhia alemã, com o objetivo de tornar a Wirecard mais atrativa para os investidores.

Saiu em liberdade após pagar uma fiança de cinco milhões. O julgamento do CEO começou há um ano e está previsto decorrer até ao próximo verão, segundo o Financial Times. O CFO é agora acusado.

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