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Águas de Portugal lucra mais 62% com venda da EGF
A Águas de Portugal fechou o ano passado com um resultado líquido de 166 milhões de euros, um aumento de 62% face a 2014, beneficiando do impacto da privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF).
O resultado líquido da Águas de Portugal (AdP) beneficiou da alienação do negócio de resíduos (EGF) e de outros factores que influenciaram o desempenho operacional, designadamente a revisão dos pressupostos inerentes à operação dos sistemas de abastecimento de água e de saneamento agregados cuja operação se iniciou no segundo semestre de 2015, informou esta segunda-feira a AdP, na sequência da assembleia-geral de accionistas, citada pela Lusa.
A alienação da EGF teve uma mais-valia contabilística nas contas consolidadas de 2015 de 75,4 milhões de euros.
O consórcio Suma, liderado pela Mota-Engil, venceu em Setembro de 2014 o concurso para a privatização de 95% do capital da EGF, a sub-holding do grupo Águas de Portugal, por cerca de 150 milhões de euros. Apesar da contestação, o negócio recebeu luz verde da Autoridade da Concorrência em Julho de 2015.
Os accionistas da AdP aprovaram esta segunda-feira em assembleia-geral o relatório de gestão e as demonstrações financeiras consolidadas do exercício de 2015, adianta a agência noticiosa.
"O exercício económico-financeiro de 2015 apresenta resultados consistentes com a evolução histórica e reflecte os impactos da reorganização do Grupo AdP, nomeadamente no que respeita à agregação dos sistemas de abastecimento de água e de saneamento e à alienação do negócio dos resíduos", explica em comunicado a empresa.
A agregação de sistemas de abastecimento de água em alta foi levada a cabo pelo anterior governo PSD/CDS, que decidiu unir os 19 sistemas multimunicipais em apenas cinco empresas (Águas do Norte, Águas do Centro Litoral, Águas de Lisboa e Vale do Tejo e as já existentes Águas do Alentejo e Águas do Algarve).
Em 2015, a AdP reduziu o endividamento líquido em 206 milhões de euros face a 2014, para os 2.144 milhões de euros, queda para a qual contribuiu o montante recebido pela alienação da 'holding' dos resíduos EGF e a recuperação de dívida de clientes municipais, que atingia 387,2 milhões de euros no final de 2015, quando em Dezembro de 2014 era de 413,6 milhões de euros.
Já em 2016, o presidente do conselho de administração do grupo AdP, Afonso Lobato de Faria, renunciou ao cargo por "não concordar com o caminho traçado" pelo Governo de António Costa para a empresa, recorda a agência noticiosa, tendo sido nomeado para o cargo João Nuno Mendes.