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Abaixo-assinado contra alteração de horário na corticeira Amorim
Meia centena de trabalhadores da Amorim & Irmãos, SA - Unidade Industrial Equipar, em Coruche, assinaram um documento de rejeição do horário de laboração contínua proposto pela empresa, avançou fonte sindical.
Rui Aldeano, coordenador da União de Sindicatos de Santarém (USS/CGTP), disse à agência Lusa que nos plenários realizados esta terça-feira na empresa foram recolhidas "mais de 50 assinaturas" de rejeição das jornadas de 12 horas de trabalho, que irá acabar com o pagamento de trabalho suplementar ao fim de semana, propostas a cerca de 70 dos mais de 190 trabalhadores desta unidade de fabricação de rolhas de cortiça, situada na zona industrial de Monte da Barca, em Coruche (distrito de Santarém).
A fonte disse que o Sindicato dos Trabalhadores da Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul e Regiões Autónomas (STCCMCS), que convocou os plenários, apresentou uma queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) porque a empresa impediu a realização do plenário agendado para as 08:00.
O primeiro, realizado às 00:00, "foi muito participado" e o que estava agendado para as 16:00, com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, só decorreu dentro das instalações depois de "muita insistência" e de "várias diligências", declarou.
Segundo o sindicato, a empresa propôs a trabalhadores de algumas áreas a laboração contínua e jornadas de 12 horas de trabalho diário durante três dias, seguidas de três dias de descanso, a partir de 1 de Fevereiro e até Maio, com possibilidade de estender até ao Verão.
Esta alteração implicará que as horas ao fim-de-semana, actualmente pagas como trabalho suplementar, passem a integrar o horário dos trabalhadores que são compensados com um valor de 150 euros mensais, disse Nuno Gonçalves, do STCCMCS, à Lusa.
Nuno Gonçalves afirmou que o sindicato solicitou segunda-feira uma "reunião de emergência" à administração da empresa, na qual foi comunicada esta decisão e a informação de que alguns dos trabalhadores já aceitaram a proposta.
O sindicato quis hoje ouvir os trabalhadores, tendo sido referido que o horário de 12 horas "é muito penoso" e que implica com situações familiares, disse Rui Aldeano, adiantando a convicção de que a empresa "tem alternativas", nomeadamente investindo em equipamento para aumentar a produtividade.