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CGTP prepara proposta para negociar melhores salários com patrões da cortiça

O secretário-geral da CGTP disse este sábado que espera que seja possível iniciar em Maio o processo de negociação para reivindicar melhores salários e o combate à laboração contínua no sector da indústria corticeira.

Jorge Miguel Gonçalves/Sábado
24 de Março de 2018 às 20:29
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Arménio Carlos, secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) reuniu-se este sábado, 24 de Março, com operários e sindicalistas da indústria corticeira, num encontro promovido pelo Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte e que teve lugar em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, onde ouviu vários testemunhos relativos às condições atuais de trabalho no sector - que concentra nesse município a maioria das empresas do ramo da cortiça.

 

"O sector está a ter elevadíssimos lucros e não está a corresponder na distribuição da riqueza produzida pelos trabalhadores, pelo que houve aqui hoje um sinal muito afirmativo com vista à exigência da melhoria significativa dos salários", disse o líder da CGTP em declarações à Lusa.

 

"Na reunião também ficou patente a posição geral contra a desregulação dos horários e sobretudo contra a introdução da laboração contínua em algumas empresas, o que põe em causa a articulação da vida profissional com a pessoal e familiar", acrescenta.

 

Para Arménio Carlos, a laboração contínua pode conduzir, aliás, "a uma mais acentuada redução dos rendimentos dos trabalhadores", tendo em conta que actualmente os funcionários requisitados para funções ao fim-de-semana são remunerados como tendo exercido trabalho suplementar "e isso deixará de acontecer se o sábado e domingo passarem a ser dias de actividade normal".

 

A CGTP propõe-se agora "promover uma forte dinâmica de discussão com os trabalhadores do sector, auscultando-os nos seus locais de trabalho sobre as propostas que estão a ser consideradas", e a expectativa do secretário-geral da confederação é que isso também "dê força à proposta de revisão do contrato colectivo" a apresentar à representação patronal do sector, em concreto à Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor).

 

"Estamos no processo inicial da apresentação de um anteprojecto a discutir com os trabalhadores, o que vai ocorrer agora nos primeiros dias de Abril, e depois será entregue a respectiva proposta à APCOR", antecipa Arménio Carlos. "Admite-se que a partir da primeira quinzena de Maio já se possa iniciar o processo de negociação e procurar que ele tenha o sucesso que todos desejamos", referiu.

 

Entre as propostas já em análise por sindicatos e trabalhadores inclui-se um aumento de 4% nas remunerações salariais do pessoal do sector, o aumento dos subsídios de turno e de trabalho nocturno, o aumento do subsídio de refeição de 5,5 para 6 euros, e a aplicação de diuturnidades a todas as posições laborais da indústria corticeira e não apenas aos cargos administrativos, para que todos beneficiem dos directos relativos à antiguidade de funções.

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