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Águas de Portugal vai ter que aumentar algumas tarifas

Pedro Serra, presidente da Águas de Portugal, negou hoje que o grupo esteja em situação económico-financeira débil , depois de um relatório do Tribunal de Contas ter alertado para o risco de inviabilidade da empresa. O responsável admitiu, porém, que algumas empresas do grupo estão em situação fortemente deficitária , algo que irá resultar em aumentos de tarifas.

04 de Julho de 2008 às 13:16
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Pedro Serra, presidente da Águas de Portugal, negou hoje que o grupo esteja em “situação económico-financeira débil”, depois de um relatório do Tribunal de Contas ter alertado para o risco de inviabilidade da empresa. O responsável admitiu, porém, que “algumas empresas do grupo estão em situação fortemente deficitária”, algo que irá resultar em aumentos de tarifas.

“Há empresas com uma situação fortemente deficitária, algo que tem que ser resolvido com os municípios, que também são accionistas” apontou Pedro Serra, que justificou estes casos com situações em que a realidade “no terreno” foi bastante diferente do previsto aquando da contratualização dos serviços da Águas de Portugal – ao nível de procura, infra-estruturas existentes, investimentos necessários etc...

Este desfasamento fez com que as tarifas previstas no contrato ficassem “significativamente abaixo" dos valores que possibilitariam a recuperação de capitais investidos e a remuneração mínima consagrada nos contratos de concessão".

O presidente da AdP vê duas formas de resolver esta situação. “A extensão dos prazos de concessão” é a que a empresa diz que vai privilegiar mas sabendo que tal “não é a panaceia. Em alguns casos vai ter que haver aumentos tarifários”, aponta Pedro Serra, que estima esclarecer estas situações até ao final do ano.

Já sobre as críticas do Tribunal de Contas às operações internacionais da AdP, Pedro Serra admitiu que “a pedido do accionista” a empresa está a analisar “se devemos ou não continuar com negócios internacionais”, apontando que “nas várias razões” pelo que a aposta no Brasil – ProLagos – correu mal, “muitas foram alheias” aos seus gestores.

A imposição de uma redução tarifária por parte do regulador do Brasil à empresa portuguesa foi um dos exemplos dados por Pedro Serra para justificar o que correu mal naquele país. “Depois vendemos a empresa e o regulador deixou que a empresa, já de capital brasileiro, aumentasse as tarifas em 24%” concluiu.

Sobre as dívidas dos municípios à AdP, o mesmo responsável lembrou que em 2007 “foram recuperados 50 milhões de euros” e que está “na expectativa” de que os “restantes 250 milhões” comecem gradualmente a ser reduzidos, já que estão com prazos de pagamento contratualizados.

Como prova da situação “saudável” do projecto Águas de Portugal, Pedro Serra salientou o empréstimo de 132 milhões de euros que irá assinar hoje com o Banco Europeu de Investimento – para financiar uma operação de investimento em infra-estruturas de segunda geração, ao nível dos tratamentos biológicos e de resíduos. “Se a banca internacional não reconhecesse a situação favorável da empresa não teríamos acesso a linhas de financiamento” sublinhou.

Para terminar, o responsável apontou ainda que a AdP vai aproveitar o relatório do Tribunal de contas “para adoptar algumas indicações” feitas por esta entidade já que, em alguns casos, concorda com as suas análises.

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