Os milhares de pessoas concentrados esta segunda-feira na Alameda D. Afonso Henriques, no centro de Lisboa, receberam com euforia os jogadores da Selecção Nacional de Futebol, depois de um percurso que os levou de autocarro pelo centro da capital desde Belém até meio da Avenida Almirante Reis.

No palco montado na Alameda, o capitão Cristiano Ronaldo – ontem afastado por lesão do jogo que deu o título a Portugal – voltou a agradecer aos portugueses: "Entrámos na história de Portugal. Vocês merecem, sempre acreditaram em nós", disse, em declarações transmitidas pela RTP.

"Esta é a vossa vitória, é a vitória dos portugueses, de Portugal. É o orgulho de ser pátria e nação. Viva os heróis de Portugal, muito obrigado ao povo português", afirmou por seu lado o seleccionador Fernando Santos.

No cimo do estrado, depois d' "A Portuguesa", houve tempo para José Fonte desafiar os apoiantes vestidos de vermelho e verde e a empunhar bandeiras a gritar "Portugal allez, Portugal allez, Portugal allez". Renato Sanches tomou o microfone para alguns segundos de "beatbox" e entoou-se o cântico da selecção: "Pouco importa, Se jogámos bem ou mal, Vamos é levar a taça, Para o nosso Portugal".

Na assistência, Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e antigo presidente do Sporting, admitiu que nas fases iniciais do europeu também teve dúvidas, que se foram desfazendo à medida que a selecção passava para os oitavos e quartos-de-final.

"Agora toda a gente diz que acreditou sempre", afirmou o antigo primeiro-ministro, que colocou o triunfo no campeonato europeu no mesmo patamar das medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos, conquistadas por Carlos Lopes em 1984 e Rosa Mota e Fernanda Ribeiro em 1998, além de Nelson Évora em Pequim, 2008. 

"Está na hora do descanso dos heróis", gritava por fim o mestre-de-cerimónias, enquanto agradecia "Obrigado Selecção, obrigado heróis!". Ainda houve tempo para o hino do Europeu 2016 ("This One's For You"), a "Casinha" dos Xutos e Pontapés e "We are the Champions", dos Queen.

Os jogadores saíram mas a festa - ajudada pela tolerância de ponto dada esta tarde aos funcionários pela Câmara Municipal de Lisboa - continuou.