A SAD portista mais do que duplicou os prejuízos no seu primeiro semestre fiscal, decorrido entre 1 de Julho e 31 de Dezembro de 2015, face aos valores do mesmo período no ano precedente – ao passarem de 8,44 para 17,62 milhões de euros.

Os resultados operacionais, excluindo transacções de passes de jogadores, foram negativos em 19,64 milhões de euros, o que representa um agravamento de 10,99 milhões comparativamente ao apresentado no primeiro semestre da época de 2014/2015, sublinha a SAD dos dragões em comunicado à CMVM.

"A evolução das rúbricas que compõem o total tiveram comportamentos diferenciados, mas esta queda justifica-se essencialmente pelo montante extraordinário, obtido no primeiro semestre do exercício anterior, das receitas de participação nas provas europeias", explica o documento.

Além disso, "as receitas de bilheteira da SAD ficaram penalizadas pela decisão tomada entre a direcção do Futebol Clube do Porto e o conselho de administração da sua sociedade desportiva para o futebol, de deixar de transferir, a partir de Julho de 2015, 25% das quotizações pagas pelos associados do Clube para a FC Porto – Futebol, SAD. No entanto, a receita obtida com a venda de dragon seats e na comercialização de bilhetes jogo a jogo cresceu neste semestre, o que, juntamente com o aumento da receita de merchandising, reflecte um maior envolvimento dos adeptos com o clube e com a equipa", acrescenta.

A SAD salienta igualmente que os direitos de transmissão televisiva subiram 652 milhões de euros relativamente ao primeiro semestre do exercício anterior. "Parte deste aumento deve-se aos rendimentos progressivos garantidos pelo contrato entre a FC Porto – Futebol, SAD e a PPTV – Publicidade de Portugal e Televisão S.A. para a cedência dos direitos de transmissão televisiva dos jogos do campeonato nacional, na condição de visitado. No entanto, esta rúbrica cresceu também devido ao incremento das receitas advindas dos direitos de distribuição do Porto Canal, explorados pela participada PortoMédia".

Relativamente às rúbricas relacionadas com transacções de passes, a contribuir negativamente para o resultado do grupo estiveram as amortizações e perdas por imparidade com passes de jogadores, que registaram um valor de 15,98 milhões de euros – ou seja, mais 1,28 milhões face ao período anterior, "o que reflecte o investimento realizado na aquisição de direitos desportivos".

Pela positiva estiveram os proveitos com transacções de passes de jogadores - que incluem transferências definitivas, empréstimos e outras receitas, como direitos de solidariedade relativos a jogadores que fizeram parte da sua formação no FC Porto - que ascenderam aos 36,14 milhões de euros no período em análise. A contribuir para este valor destaca-se a alienação dos direitos desportivos do atleta Alex Sandro para Juventus, por 26 milhões de euros.

Já os custos com transacções de passes, onde se registam os custos associados com essas mesmas transferências e empréstimos, assim como o ‘fee’ pago aos clubes de origem pela cedência temporária de direitos desportivos ao FC Porto, estes atingiram os 10,07 milhões de euros.

Assim, o resultado com transacções de passes foi na ordem dos 26,07 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 2,63 milhões face ao obtido no primeiro semestre da época de 2014/2015, onde se registaram as mais-valias resultantes da transferência dos jogadores Eliaquim Mangala e Steven Defour, para o Manchester City e Anderlecht, respectivamente, por 30,50 e 6 milhões de euros.

No que diz respeito às perspectivas futuras, a SAD do Porto sublinha que, na vertente económico-financeira, o contrato celebrado com a PT Portugal a 27 de Dezembro "veio trazer uma estabilidade significativa na estrutura de proveitos e no orçamento de tesouraria para os próximos exercícios". 

(notícia actualizada à 01:18)