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Presidente da Mota-Engil: “O nosso mercado vai ser invadido pela construção espanhola”

António Mota, presidente da construtora Mota-Engil, diz que não é uma empresa internacionalizada, mas sim uma multinacional de médias empresas.

328,5 Milhões de euros. A posição da família Mota na Mota-Engil registou uma valorização de 328,5 milhões de euros, no último ano. A construtora foi a estrela da bolsa lisboeta, ao mais do que duplicar de valor, o que se reflectiu positivamente na carteira de António Mota. A sua participação está actualmente avaliada em 551,2 milhões de euros, quando um ano antes valia 242,3 milhões de euros. A família Mota arrecadou ainda 19,56 milhões de euros em dividendos pagos pela empresa. A companhia distribuiu uma remuneração de 13 cêntimos por acção.
23 de Maio de 2018 às 10:10
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Numa entrevista ao jornal Público, António Mota, presidente da construtora portuguesa Mota-Engil, acredita que o sector da construção está diferente e com o aproximar de um novo ciclo de investimentos, Portugal "vai ser invadido pela construção espanhola". O líder da construtora salienta que "a concorrência vai ser enorme e o mercado português corre o risco de ser inundado por cada vez mais players [grupos] internacionais".

A Mota-Engil recebeu este ano um dos prémios mundiais mais reputados na área da engenharia. Apesar disso, o presidente da construtora, em entrevista ao Jornal Público, diz que a falta de dimensão no país lhe dificulta a estratégia na abordagem a outros mercados e que embora sejam "considerados a mais internacional das empresas", não são "uma empresa internacional. Somos uma multinacional de médias empresas. Somos uma média empresa em Portugal, uma média empresa em Angola, uma média empresa no México".

O presidente da construtora, em entrevista ao Público, sublinha que "a solução do nosso problema - que é precisar cada vez menos da banca portuguesa - ainda vai a meio do caminho". Questionado anda se tem algum processo de negociação de dívida, António Mota refere que "nunca tivemos nenhum processo de renegociação de dívida. Face aos critérios europeus e às regras impostas pelo Banco Central Europeu (BCE) decidimos fazer a alienação de activos".

O líder da construtora refere ainda que, em função de um novo ciclo de investimento público que acredita estar para vir a partir de 2019, "a questão ferroviária é fundamental para o país", assim como o problema da água e da rega. "Tem de haver muito obra na questão do abastecimento de água. Haver falta de água no nosso país é impensável. A agricultura hoje é das indústrias mais competitivas que temos", acrescenta António Mota.

Ainda sobre o sector da construção, o presidente da Mota-Engil, ao Público, admite que, o facto de 80% da actividade da empresa ser feita fora do país, leva a que a construtora sinta dificuldades na formação dos quadros da empresa, no entanto, acredita que "os salários no sector da construção vão ter tendência a crescer. Eu sei que temos de cumprir as regras da União Europeia, mas vamos precisar de emigração para crescermos". António Mota afirma ainda que "a imigração que chega a Espanha vai passar para aqui".

O presidente da Mota-Egil sobre o pedido de Rui Rio para serem divulgados os maiores devedores da banca: "Acho muito bem. Pelo nosso lado, não há problema nenhum. As nossas dívidas estão expressas no relatório e contas, não temos nenhuma exposição fora do normal".

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