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Mota-Engil ganha Matadouro com ponte pedonal "japonesa" sobre a VCI

A construtora fica com a concessão do antigo Matadouro de Campanhã, no Porto, durante três décadas. A reconversão em espaço empresarial e cultural ascende a 40 milhões de euros e tem desenho partilhado entre o Tóquio e Matosinhos.

30 de Maio de 2018 às 12:54
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A Mota-Engil venceu o concurso lançado pela Câmara do Porto para a concessão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, uma vasta área abandonada na zona Oriental da cidade que se prepara para receber um investimento de quase 40 milhões de euros, suportado na íntegra pelo concessionário privado.

 

O plano de reconversão que convenceu o júri, presidido por Elísio Summavielle, inclui uma área para a instalação de empresas, mas também reservas de arte, museus (é ali que vai ficar o futuro Museu da Indústria), auditórios, espaços de exposição e para acolher projectos de coesão social naquela que é a zona mais desfavorecida da cidade Invicta.

 

Segundo a informação disponibilizada pela autarquia, além de ser responsável por todo o investimento, a Mota-Engil "fica obrigada a cumprir o programa delineado pela Câmara do Porto nos próximos 30 anos". No final desse período o equipamento ficará municipal. À autarquia, que ocupará uma parte do antigo Matadouro, cabe a realização de projectos de dinamização cultural, de envolvimento da comunidade e afectos à coesão social.

 

O arrojado projecto de arquitectura, feito em parceria com o gabinete OODA, instalado em Matosinhos, é da autoria do arquitecto japonês Kengo Kuma, conhecido pela assinatura do estádio que vai acolher a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020; por equipamentos culturais como o Suntory Museum of Art, também no Japão, ou o francês Besançon Art Center; ou pelo "spa" caribenho do Mandarin Oriental Dellis Cay.

 

Jardim suspenso "alegra" Bonfim e Campanhã

 

Além da construção de uma grande cobertura que unirá o antigo e o novo edifício, a proposta destaca-se pela construção de uma passagem pedonal por cima da Via de Cintura Interna (VCI), que "cria um impacto visual único para quem atravessa" a mais concorrida estrada da cidade. Outro dos elementos-chave é a rua pedonal coberta – a primeira na cidade –, que atravessa o espaço de uma ponta à ponta, ligando ao jardim suspenso sobre a VCI que dá acesso à estação de metro do Estádio do Dragão.

 

Não tenho dúvidas que, tal como a Casa da Música, na zona Ocidental da cidade, esta será a obra icónica da zona Oriental. Rui Moreira, Presidente da Câmara do Porto

 

Depois de apresentar o vencedor do concurso lançado pela empresa municipal GO Porto – a decisão foi tomada em 2017 pelo Executivo com os votos favoráveis de 12 dos 13 vereadores, após integrar várias programas eleitorais nas últimas autárquicas –, o presidente da Câmara, Rui Moreira, referiu, citado pelo JN, "não [ter] dúvidas que, tal como a Casa da Música, na zona Ocidental da cidade, esta será a obra icónica da zona Oriental e não é por acaso que desperta o interesse dos investidores privados".

 

"O Matadouro, que articula com as acessibilidades criadas e para outras infra-estruturas (as construções do Terminal Intermodal de Campanhã e da nova ponte que ligará a zona oriental a Gaia serão contemporâneas), pode servir como grande impulsionador económico, social, cultural e demográfico das freguesias mais orientais do Porto (Bonfim e Campanhã), mas será também um extraordinário pólo dinamizador de toda a cidade", lê-se num artigo publicado no jornal da autarquia.

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