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Lafarge disponível para fornecer cimento para muro de Trump

O CEO da cimenteira diz que a empresa é alheia à política e que quer contribuir para o desenvolvimento dos EUA. O MNE francês avisa: há clientes da LafargeHolcim que ficaram espantados e as empresas também têm responsabilidade social.

Foi uma das primeiras decisões executivas assinadas por Donald Trump assim que tomou posse a 20 de Janeiro: começar a desfazer o plano de apoio à saúde do anterior Presidente, o ObamaCare. Aquela que foi uma das principais bandeiras da política doméstica de Barack Obama será substituída por um novo plano, com menos custos para o Estado. No sábado, Trump prometeu novidades nas próximas semanas. 'O nosso plano proporcionará melhores cuidados de saúde, com um custo muito mais baixo.'
reuters
09 de Março de 2017 às 13:46
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O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Marc Ayrault, aconselhou a empresa produtora de cimento LafargeHolcim a ponderar bem a intenção de fornecer matéria-prima para a construção do muro na fronteira com o México pretendido por Donald Trump.


"Eu não tenho poderes, estamos num Estado em que as empresas têm a sua própria responsabilidade, mas é preciso que essas empresas reflictam bem. (...) A empresa [Lafarge] deve reflectir com base nos seus interesses. Há outros clientes no mundo que verão isto com alguma estupefacção," afirmou o governante em entrevista à rádio France Info esta quinta-feira, 9 de Março.


As declarações do MNE gaulês surgem depois de, em entrevista à France Presse, o CEO da LafargeHolcim, Eric Olsen, ter dito que a empresa estava preparada para fornecer materiais para o muro.


"Somos a primeira cimenteira nos EUA (...) Estamos aqui para apoiar a construção e o desenvolvimento do país," afirmou àquela agência, acrescentando que a LafargeHolcim não é uma "organização política", quando questionado sobre o melindre que esta declaração poderia envolver.


"A Lafarge diz que não faz política (…). Muito bem, mas eu lembro que as empresas (…) também têm responsabilidades sociais e ambientais," contrapôs mais tarde o responsável pela política externa de Paris.


A mesma posição de neutralidade política foi reclamada, durante a entrevista, quando Olsen foi confrontado com o facto de a empresa ter financiado indirectamente grupos armados na Síria entre 2013 e 2014 para proteger as suas instalações no país e com a possibilidade de a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, vir a ser eleita presidente de França nas eleições de Abril e Maio.

As acções da cimenteira franco-suíça acompanham a queda do índice de referência das construtoras a nível europeu, mas apresentam uma queda mais intensa - de 1,03% para 57,4 francos suíços e já estiveram a cair 1,38% para 57,2 francos suíços na sessão desta quinta-feira.


A promessa do presidente norte-americano Donald Trump de construir um muro entre os EUA e o México, feita ao longo da campanha eleitoral, mantém-se de pé. Na alegada tentativa de travar a imigração ilegal e a entrada em território norte-americano de pessoas que realizem actividades criminosas, Trump já prometeu mesmo fazer o México pagar pelo muro.


O preço da construção da infra-estrutura está avaliado em cerca de 2.000 milhões de euros mas até ao momento a administração Trump só disporá de 20 milhões de euros de financiamento.

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