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Falida com dívidas de 5 milhões rendeu 248 mil euros em leilão e deixou 100 desempregados

O Estado ficou “a arder” com 1,5 milhões de euros na liderança da lista de credores da construtora Multimade, que foi decretada insolvente a 16 de janeiro sem ter pagado o subsídio de Natal nem os salários de novembro e dezembro.

Esta é a foto da última obra da Multimade publicada na sua página de Facebook, a 27 de agosto do ano passado.
Rui Neves ruineves@negocios.pt 15 de Abril de 2023 às 17:18

No seu último "post" no Facebook, a 10 de outubro passado, a Multimade garantia que "é hoje reconhecida como uma empresa de referência no mercado da construção". E piscava o olho aos potenciais clientes: "Contacte-nos! Peça o seu orçamento gratuito."

 

Nove dias depois, atolada em dívidas e em situação de incumprimento generalizado, aderia ao Processo Especial de Revitalização (PER), no âmbito do qual não conseguiu aprovar qualquer plano de recuperação.

 

E já não pagou os salários de novembro nem de dezembro, tão pouco o subsídio de Natal, tendo sido decretada a sua insolvência a 16 de janeiro, deixando no desemprego cerca de 100 trabalhadores.

 

A Multimade faliu com dívidas de 5,1 milhões de euros, tendo o Estado como principal credor, num processo de insolvência em que viu reconhecidos créditos superiores a 1,5 milhões de euros, que resultam da soma dos da Segurança Social (786 mil euros), CGD (695 mil euros) e Fisco (mais de 50 mil euros).

 

Entre os maiores credores da construtora madeirense, depois das entidades integralmente estatais, surge a sociedade de garantia mútua Lisgarante (495 mil euros) e a banca privada, com o Novo Banco (470 mil euros), o BPI (340 mil euros) e o Santander (240 mil euros) à frente.

 

Segundo o PCP, a Multimade foi uma das empresas que, ao abrigo da Linha Investe RAM Covid-19, recebeu apoios do Governo Regional da Madeira, no valor de 266.380 euros.

 

Em sede de liquidação de ativos da Multimade, realizou-se há duas semanas aquele que foi "o primeiro leilão presencial pós-pandemia na Madeira", garantiu ao Negócios fonte oficial da leiloeira responsável pelo processo, a LeiloSeabra.

 

Desde maquinaria a madeira de obra, passando por mobiliário de escritório e viaturas ligeiras e pesados de mercadorias, o leilão rendeu 247.770 euros, tendo havido ainda "registo de oferta" (ou seja, abaixo do preço base) para dois lotes, no valor global de 13.900 euros.

 

"Ficam a faltar vender um imóvel com o valor patrimonial de 307 mil euros e três gruas", rematou o mesmo responsável da leiloeira.

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