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Faliu após promoção no Facebook, deixou Estado “a arder” e 100 pessoas no desemprego

Os poucos e desvalorizados despojos móveis da empresa de construção civil Multimade, que faliu com dívidas superiores a cinco milhões de euros, com o Estado a liderar a lista de 142 credores, corporizam o primeiro leilão presencial pós-pandemia na Madeira.

Esta é a foto da última obra da Multimade publicada na sua página de Facebook, a 27 de agosto do ano passado.
29 de Março de 2023 às 16:21
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"A Multimade é hoje reconhecida como uma empresa de referência no mercado da construção e conta com um vasto portfólio de obras nos mais diversos setores. A nossa equipa multidisciplinar possui o 'know-how' necessário para responder às suas expectativas de projeto. Trabalhamos na base da transparência e na fase de adjudicação. Todos os projetos são isentos de entrada inicial. Contacte-nos! Peça o seu orçamento gratuito."

 

Esta foi a última publicação da Multimade na sua página de Facebook, a 10 de Outubro passado. Nove dias depois, a empresa madeirense de construção civil aderia ao Processo Especial de Revitalização (PER). Mas, atolada em dívidas e com salários em atraso, rumou velozmente para a falência.

 

A 13 de dezembro, 60 dos seus cerca de 100 trabalhadores concentraram-se em frente à sede da Multimade devido a não terem recebido o salário de Novembro. Mas o de dezembro também não viria a ser pago, nem o subsídio de Natal.

 

A 3 de janeiro deste ano, os trabalhadores juntaram-se nas instalações da empresa para pedirem explicações ao patrão, que terá respondido que tinha dívidas para pagar.

 

Menos de duas semanas depois, encontrando-se já numa situação de incumprimento generalizado, o administrador judicial encerrou o PER, sem a aprovação de qualquer plano de recuperação, porquanto o mecanismo a ser acionado só poderia ser a insolvência.

 

Falência de cinco milhões deixou Estado "a arder" na liderança da lista de credores

 

Já em sede de insolvência, a Multimade seguiu para liquidação, estando marcado para a tarde desta quarta-feira, 29 de março, o leilão dos poucos e desvalorizados bens móveis da empresa, a realizar no Hotel Meliá Madeira.

 

"É o primeiro leilão presencial pós-pandemia na Madeira", garantiu ao Negócios fonte oficial da leiloeira responsável pelo processo, a LeiloSeabra.

 

Vão ser leiloados 37 lotes, cujo valor base totaliza apenas cerca de 142 mil euros, desde maquinaria a madeira de obra, passando por mobiliário de escritório e viaturas ligeiras e pesados de mercadorias.

 

A Multimade faliu com dívidas a 142 credores, que ficaram "a arder" com 5,1 milhões de euros, tendo o Estado como principal credor e prejudicado, num processo de insolvência em que viu reconhecidos créditos superiores a 1,5 milhões de euros, que resultam da soma dos da Segurança Social (786 mil euros), CGD (695 mil euros) e Fisco (mais de 50 mil euros).

 

Entre os maiores credores, depois das entidades integralmente estatais, surge a sociedade de garantia mútua Lisgarante (495 mil euros) e a banca privada, com o Novo Banco (470 mil euros), o BPI (340 mil euros) e o Santander (240 mil euros) à frente.

Segundo o PCP, a Multimade foi uma das empresas que, ao abrigo da Linha Investe RAM Covid-19, recebeu apoios do Governo Regional da Madeira, no valor de 266.380 euros.

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