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Duro Felguera, que tem a Mota-Engil no capital, com prejuízos de quase 22 milhões

Projeto com indiana Tata nos Países Baixos penaliza resultados. Nova gestão deverá levar a cabo mudanças na empresa espanhola, adianta o Cinco Dias.

Sergio Perez/Reuters
31 de Março de 2024 às 11:36
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A Duro Felguera, grupo de engenharia espanhol especializado em instalações de produção de energia e em cujo capital o grupo Mota-Engil entrou através da Mota-Engil México, fechou o ano de 2023 com prejuízos de 21,9 milhões de euros.

Os resultados foram enviados à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola este sábado. Neles, a Duro Felguera reconhece perdas muito superiores aos 2,2 milhões previstos pela empresa há cerca de dois meses e acima dos 5 milhões de lucros alcançados em 2022.

A justificar os prejuízos do ano passado está um projeto com a indiana Tata nos Países Baixos que gerou um impacto negativo de 17 milhões de euros, o equivalente a 78% das perdas, adianta a empresa espanhola no comunicado à CNMV.

O contrato, no valor de 100 milhões de euros, foi assinado em 2022 in extremis e serviu para cumprir o plano de viabilidade imposto pela equipa de gestão acordada com a SEPI, a Sociedade Estatal de Participações Industriais que entrou na empresa na primavera de 2021. Em 2021,a  Duro Felguera recebeu um apoio financeiro público temporário no valor de 120 milhões de euros.

 

A data de conclusão do projeto com a Tata tem vindo a sofrer atrasos, revela o Cinco Dias, o que levou a um aumento de custos de 17 milhões de euros. A empresa, que nega qualquer responsabilidade pelas derrapagens no calendário, declarou que está a negociar uma compensação com a filial holandesa da Tata e que tem expectativas "que considera razoáveis" de recuperar parte desses fundos.

Apesar disso, a Duro Felguera registou um acréscimo de 140% na faturação, para os 281,2 milhões de euros, sendo os serviços especializados a área que mais recetas gerou: 140,4 milhões de euros. A área da energia foi responsável por 53,8 milhões.

A empresa anunciou, ainda no ano passado, um acordo com o grupo Prodi e a Mota-Engil México como parceiros industriais com o objetivo específico de assegurar a viabilidade a longo prazo e o crescimento sustentável da empresa espanhola.

No âmbito deste acordo, a Mota-Engil México - detida pela Mota-Engil a 51% e pelo grupo Prodi a 49% - concedeu um empréstimo no valor de 40 milhões de euros e o grupo Prodi outro empréstimo no valor de 50 milhões de euros.

Em fevereiro deste ano, o grupo mexicano Prodi e a Mota-Engil México notificaram formalmente a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola da aquisição de uma participação de 54,66% na Duro Felguera.

A entrada surgiu depois de os compradores terem executado dois aumentos de capital acordados com o grupo sedeado nas Astúrias, aumentando o seu capital social em 91 milhões de euros.

Mudanças na gestão para breve

Ao Cinco Dias, fontes próximas da empresa adiantam que os novos donos do grupo de engenharia assumirão os seus lugares no conselho de administração na próxima reunião daquele órgão.

Segundo o jornal espanhol, poderão assumir quatro dos nove lugares do conselho  de administração no encontro que deverá ocorrer dentro de duas semanas.

Além disso, és esperado que Mota-Engil e Prodi peçam a substituição de Jaime Arguelles, o gestor que atualmente lidera a companhia, que consideram ser o responsável pelas perdas geradas pelo contrato com a Tata, escreve o Cinco Dias.

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