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Camiões, televisões e browsers: dez das maiores multas da Concorrência europeia

Entre abusos de posição dominante e formação de cartel para a partilha de mercado e combinação de preços, dez das maiores multas aplicadas pela Comissão Europeia totalizaram mais de 9.000 milhões de euros ao longo de quase dez anos.

27 de Junho de 2017 às 13:08
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A penalização imposta esta terça-feira, 27 de Junho, à Google, constitui um recorde nas multas aplicadas individualmente a organizações por Bruxelas, quer no que diz respeito a abuso de posição de mercado, quer no que respeita à combinação de preços e formação de cartel.

Neste caso, os 2.400 milhões de euros são justificados pela Comissão Europeia (cuja pasta da Concorrência é liderada pela comissária Margrethe Vestager, na foto) pela "vantagem ilegal" que a multinacional norte-americana criou para si através do serviço de comparação de compras no seu motor de busca.

O valor é mais do dobro daquele que tinha sido, até ao momento, a maior penalização financeira aplicada individualmente a uma empresa por Bruxelas, neste caso também por abuso de posição dominante.

Tinha sido em 2009 e visou a fabricante de microprocessadores Intel, multada em 1.060 milhões de euros por convencer os seus clientes a comprarem as suas unidades centrais de processamento (CPU) x86 e por evitar o lançamento de produtos contendo CPU concorrentes da sua.

Abaixo deste valor, de acordo com as estatísticas europeias disponíveis, a maior parte das multas foi aplicada pela existência de cartéis. Foi o caso dos camiões, que no seu conjunto fez ascender a 2.930 milhões de euros as penalizações aplicadas em 2016 a vários fabricantes por conluio ao longo de 14 anos na formação de preços e na transferência para os clientes dos custos de cumprimento com as regras ambientais.

Por construtores, à alemã Daimler coube uma multa de 1.008 milhões de euros, seguindo-se a DAF com 752,7 milhões de euros, a Volvo/Renault Trucks (670,45 milhões) e a Iveco (494,6 milhões de euros).

Também a descoberta de um cartel motivou a aplicação de pena financeira à francesa Saint-Gobain, em 2008, avaliada em 715 milhões de euros, de um conjunto de mais de 1.350 milhões de euros em multas. Os montantes restantes couberam à Asahi, Pilkington e Soliver, tal como a Saint-Gobain abrangidas pelas multas por, entre 1998 e 2003, terem discutido entre si preços, partilha de mercado e de clientes, que resultaram no estabelecimento de contratos ilícitos.

Quatro anos depois, os fabricantes de electrónica Philips e LG Electronics recebem no correio a carta da Concorrência: uma multa combinada de quase 1.400 milhões de euros num pacote que também incluiu a Panasonic. Por terem feito funcionar dois cartéis ao longo de quase uma década (estabelecendo preços e partilhando os mercados de ecrãs de raios catódicos de computador e televisão – uma tecnologia hoje obsoleta), a holandesa Philips teve a pagar 705,3 milhões de euros e a LG Electronics mais 687,5 milhões de euros.

O ranking das maiores multas da concorrência por abuso de posição dominante é fechado pela Microsoft. Um ano depois da multa à LG e Philips, a empresa fundada por Bill Gates é condenada ao pagamento de 561 milhões de euros por não facilitar aos utilizadores do seu sistema operativo a escolha do browser (software de acesso à internet) pretendido, em alternativa ao Internet Explorer.

Neste caso a multa foi a primeira aplicada por não cumprimento de compromissos assumidos  pela empresa junto do regulador de que disponibilizaria aos utilizadores uma mensagem no ecrã do computador permitindo-lhe escolher entre o browser predefinido ou outro da sua opção.

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